Poemas em evidência nos cordões da Secultur
A segunda edição da Poesia no Varal reúne 122 poemas no Centro de Cultura e Turismo Bertholdo Gausmann. São textos de diversas nacionalidades que mostram a sensibilidade dos autores. E dos apreciadores também
“Minha mãe dizia: ferve água, frita ovo, pinga, pia. E tudo obedecia”. Foi esse o texto de Paulo Leminski que Angel Gabriel da Rosa leu pendurado no varal e gostou. “É bom, incentiva a imaginação e a estimular a ler poemas”, disse o garoto que gosta de música.
O menino foi ter aulas na Secultur e se deparou com Poesia no Varal. Segundo a organizadora da exposição, a historiadora Letícia de Oliveira, são 122 textos que mexem com o sentimento e a imaginação do público. Estão “pendurados” Fernando Pessoa, Pablo Neruda, Cecília Meireles e uma extensa lista de poetas bem-sucedidos que emprestaram seu talento para as artes. Vinícius de Moraes teve poemas musicados. Lá estão eles também expostos.
Letícia criou a iniciativa para motivar o público o apreço pela poesia. “Sinto que o gênero parece estar um tanto esquecido em termos de publicação de livros. A poesia é um estilo literário que traz grande sensibilidade”. O objetivo de suas exposições é ajudar a trabalhar o sensorial dos alunos. “A arte traz serenidade e paz. Quando estamos inquietos, a poesia conforta.”
Aproximação
Poesia no Varal acaba sendo um objeto cênico porque os textos ficam bonitos expostos em cordões. Para Letícia, há outro fator: traz acessibilidade, porque o varal lembra casa, que lembra roupa. “É íntimo, não coloca a poesia num pedestal, longe de você. Ela está próxima.”
Por estarem em uma folha de ofício plastificada, os poemas são curtos, o que facilita a leitura. Letícia pesquisou muito e acabou descobrindo autores famosos e poesias muito conhecidas, outras que crianças adoram. O Poesia também recebe textos da comunidade. É só escrever e colocar no cordão.
A exposição vai até 27 de abril. O horário de visitação é das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h.
Texto e foto: Andreia Rabaiolli
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