CIPA da Prefeitura de Estrela na luta contra o alcoolismo



CIPA da Prefeitura de Estrela na luta contra o alcoolismo:

Uma palestra sobre o problema do alcoolismo marcou a reunião ordinária da CIPA da Prefeitura de Estrela realizada na sede da AMVAT no dia 13 de dezembro de 2016.

A psicóloga do Caps Maria Angélica Hartmann Gräff falou sobre o assunto orientando os cipeiros sobre a melhor forma de agir diante de um colega alcoólatra. 

Neste contexto, é importante esclarecer que o uso abusivo de álcool é um dos problemas mais sérios de saúde pública no Brasil e no mundo inteiro. Apesar de estudos científicos destacarem o consumo abusivo do álcool como causa de desemprego, o contrário também tem sido evidenciado de modo consistente; ou seja, o desemprego levando ao aumento do consumo de álcool e o risco de desenvolver abuso ou dependência alcoólica.

Em termos gerais, o uso abusivo de álcool pode ocasionar não somente prejuízos pessoais e familiares, mas também prejuízos no ambiente profissional, como diminuição na produtividade, aumento de absenteísmo (falta ao trabalho), maior probabilidade de acidentes de trabalho, entre outros. O II LENAD  mostrou que 8% (7,4 milhões de pessoas) admitiram que o uso de álcool teve efeito prejudicial no seu trabalho, enquanto 4,9% (4,6 milhões de pessoas) relataram já ter perdido o emprego devido ao consumo de bebidas alcoólicas.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência das Nações Unidas de informação, análise e orientação sobre o trabalho, de 20% a 25% dos acidentes de trabalho no mundo envolvem pessoas que estavam sob o efeito do álcool ou outras drogas. Além disso, os prejuízos do uso de álcool no ambiente de trabalho acarretam custos enormes para a economia do país.

Ao contrário do que muitos acreditam, mesmo em pequenas quantidades, o álcool pode causar prejuízos à performance, qualidade e segurança no trabalho, pois é uma substância depressora do Sistema Nervoso Central cujos principais efeitos a curto prazo envolvem:
Prejuízo do julgamento e da crítica; Prejuízo da percepção, memória e compreensão; Diminuição da resposta sensitiva e retardo da resposta reativa; Diminuição da acuidade visual e visão periférica; Incoordenação sensitivo-motora, prejuízo do equilíbrio; Sonolência.

Outros fatores no ambiente de trabalho também podem contribuir para o uso do álcool. Por exemplo, diversos estudos mostram que o estresse tem um papel importante na relação entre álcool e trabalho, sendo que os trabalhos mais estressantes (posições com maiores responsabilidades) influenciariam mais o uso de álcool e transtornos relacionados (abuso e dependência).

As mulheres acabam sendo ainda mais prejudicadas que os homens quando se trata do impacto da demanda excessiva de trabalho, pois frequentemente enfrentam uma dupla jornada de trabalho ao chegar em casa (como cuidados com os filhos e afazeres domésticos).

Com tudo isso em mente, a preocupação com o abuso do álcool por trabalhadores é coerente e envolve diferentes aspectos. Por isso, o encaminhamento de trabalhadores com uso problemático de álcool aos serviços de saúde é de suma importância. No entanto, é necessário ir mais fundo: programas preventivos direcionados àqueles que ainda não desenvolveram um transtorno relacionado ao uso de álcool, porém já apresentam problemas decorrentes do uso dessa substância.

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