Cerveja Polar


Cerveja Polar - Fechamento de unidades do RS

Resenha dos fatos que originaram o fechamento da Antarctica/Polar em Estrela-RS, e demais cervejarias regionais do Rio Grande do Sul

O presente relato não tem a pretensão de esgotar o assunto sobre a complexa conjuntura que levou ao fechamento de oito cervejarias no Rio Grande do Sul, entre 1996 e 2006. São elas: Pérola de Caxias do Sul; Serramalte de Feliz; Bavária de Getúlio Vargas; Polar de Montenegro; SKOL de Passo Fundo; Brahma de Porto Alegre; Polar de Estrela e Antarctica/refrigerantes de Canoas.
Tão pouco a intenção é procurar culpado, pois a questão é muito ampla e recheada de interesses comerciais, políticos, guerra fiscal, conjuntura estadual e nacional, globalização e fusão de grandes grupos econômicos, nacionais e transnacionais.
Poderia me posicionar a cerca de cada item, porém o objetivo é apenas e tão somente narrar fatos e acontecimentos e deixar que cada um tire suas próprias conclusões.
Porém uma questão aparece de forma clara e absoluta: ficou difícil para a população de Estrela e de outros municípios já citados, suas lideranças políticas e empresariais e para o movimento sindical compreender todos os fenômenos que contribuíram, de forma isolada ou em conjunto, para desativação das cervejarias.
Também no que se refere ao enfrentamento da situação, ninguém sabia ao certo a quem recorrer. É compreensível, a macro-política e macro-economia, atuaram de forma tão rápida e voraz que ficou complicado até para pessoas bem intencionadas compreender ou aceitar suas ações devastadoras, que atingiram as cervejarias regionais do Rio Grande do Sul.
O capital não tem rosto, ele age como uma onda, vem e vai, traz e leva. Não tem preocupação com os problemas sociais, que podem causar suas ações de fluxo e refluxo. O lucro em bilhões de dólares é a meta. Porém de alguma forma precisamos analisar os fenômenos políticos e econômicos que formaram está onda gigante que levou as cervejarias do Rio Grande do Sul ao fechamento. Mesmo assim, talvez nunca saberemos de toda a verdade.

1992 – Reestruturação e redistribuição produtiva:
Com o processo de globalização iniciado no governo do Presidente da República, Fernando Collor de Mello, a partir de 1992 o grupo Antarctica-Polar, inicia o processo de reestruturação produtiva nas unidades do RS. Novas tecnologias são implementadas nas unidades fabris, além da informatização dos setores administrativos.
No setor de produção, em Estrela, com a intervenção do movimento sindical, a xaroparia (refrigerantes) funcionou por mais alguns anos, mas acaba sendo desativada, pois a moderna fábrica de refrigerantes, construída em Canoas no início dos anos 90, com incentivos do Estado, atende a demanda e mercado do RS. Toda produção Chopp em Estrela é transferida para Montenegro, sob a alegação que o sistema de embreamento dos barris de madeira exigia produtos químicos poluentes, não mais aceitáveis pela legislação. Em Montenegro a produção de Chopp era armazenada em barris de aço.
Em novembro de 1992 o Grupo Antarctica/Polar divulgou uma nota, assinada pelo seu Diretor Presidente Hélio Jorge Corá, afirmando que, em função da conjuntura econômica, onde a competição de mercado tornou-se acirrada, exigiu da Companhia reestruturar e redistribuir volumes de produção entre unidades, a fim de obter contenção de gastos fixos e torná-los auto-sustentáveis.

1993 - ICMS alto – Motivo para demissões:
Em agosto de 1993 uma nova crise atinge a Antarctica/Polar no RS, devido à alta tributação que incide sobre o ramo de bebidas considerado pelo governador Collares como não essencial.
Apesar dos apelos das diversas comunidades envolvidas, o governador do Estado não abriu mão das alíquotas de 25% de ICMS, o que encarecia o produto se comparado com Santa Catarina, por exemplo, que tinha o ICMS de 17%. Uma Comissão de sindicalistas ligados ao ramo de bebidas esteve em audiência com o Governador, que não se sensibilizou com os problemas do setor. O consumo de bebidas caiu no RS. A Direção da Antarctica, através de seu Presidente Hélio Jorge Corá, disse, na época, que a empresa vinha registrando prejuízos operacionais no Estado. Um acordo flexibilizando a jornada de trabalho foi aceito pelos cervejeiros, porém não foi suficiente para impedir a demissão de 250 cervejeiros no RS.
Segundo Ministério do Trabalho (Rais), em 2003 restam 2.679 cervejeiros no RS.

1994-1995 – Triplica o lucro da Antarctica/Polar no RS:
A Antarctica/Polar, só no RS, ocupou o 109° lugar entre as grandes empresas nacionais. O lucro líquido, em 1995, foi de R$ 46.853.000,00 (quarenta e seis milhões, oitocentos e cinqüenta e três mil Reais). Os dados foram divulgados pela Nardon – Nasi e Cia Ltda, que era a empresa de auditoria da Antactica/Polar, publicado em caderno especial da Folha de São Paulo. Nesse ano (1995) os sindicatos da alimentação e bebidas conquistaram a participação dos cervejeiros nos lucros da empresa. O acordo foi fechado a nível nacional pela CONTAC – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação, valendo inclusive para os cervejeiros gaúchos.

1996 – Guerra da Cerveja decreta fechamento de fábricas:
E tudo começou com os incentivos do Fundopen concedido pelo governo gaúcho (Antônio Britto) para Brahma. Exatamente no dia sete de março de 1996, um projeto do governador Antônio Britto, que amplia benefícios fiscais do Fundopen, dá entrada na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Da aprovação do projeto resultou a instalação de uma nova fábrica de cervejas da Brahma em solo gaúcho.
A proposta da Brahma foi entregue ao governador Britto, pelo diretor-geral da empresa Marcel Hermann, em clima de comemoração. Britto pousou para os fotógrafos com o boné da cervejaria. O Palácio Piratini – sede do governo gaúcho foi enfeitado com bandeiras estampando logotipo da Brahma. As recepcionistas do Palácio usavam vestidos das cores e marca da Brahma. Os números da nova fábrica da Brahma: Investimento de 600 milhões de dólares; na primeira fase da fábrica foram investidos 150 milhões de dólares; deveria gerar mil postos de trabalho na primeira fase, e seis mil quando concluída; a capacidade de 1,2 bilhão de litros de cerveja e refrigerantes por ano; o mercado alvo da fábrica, que começou a produzir em 1998, é a região sul do Brasil e países do Mercosul.
Benefício: Através do Fundopen, o governador Britto concedeu a Brahma 75% de isenção de impostos sobre o pagamento do ICMS devido. 1996 - Represália – Antarctica/Polar fecha a cervejaria Pérola de Caxias do Sul: Políbio Braga em sua coluna do Correio do Povo de 15 de março de 1996, faz um alerta: O CASO ANTARCTICA: A empresa nega, mas se sabe que a decisão do grupo paulista, de fechar a Cervejaria Pérola em Caxias do Sul, foi uma represália à decisão do governo gaúcho de conceder incentivos inéditos para a Brahma. A Antarctica tinha outras fábricas no Rio Grande do Sul, fruto de uma política da empresa nos anos 70, quando acabou com as cervejarias regionais gaúchas, por absorção.
O então assessor da Antarctica Paulista, Eduardo Serpa, fez uma ameaça: Vamos fechar todas as fábricas no Rio Grande do Sul. É possível que Serpa tenha desejado que suas inconfidências chegassem aos ouvidos do governador Antônio Britto. Políbio acrescenta: O fechamento da Pérola de Caxias do Sul está previsto para o dia 31 de março de 1996. Pelo menos 250 cervejeiros perderam o emprego e mais 1.500 desempregados no RS, nos anos que se seguiram. Como previa Políbio Braga, as ameaças de Serpa eram sérias. Não sobrou nenhuma cervejaria das sete existentes até então.
Seguindo o destino da Pérola de Caxias do Sul, a Cervejaria Serramalte de Feliz é fechada em julho do mesmo ano. O prefeito de Feliz afirmou na época que o município perdeu 30% de sua arrecadação e 170 cervejeiros perderam o emprego. No dia 09 de julho de 1996, o município de Estrela se fez representar, através do prefeito Guinther Wagner, ACIE - Associação Comercial e Industrial de Estrela e Sindicato da Alimentação, numa audiência no Palácio Piratini com representantes do governo do Estado do RS. Acompanharam a audiência, lideranças políticas e sindicais de outros municípios com fábricas de cerveja mais a direção da Antarctica, quando ainda se buscava uma saída para o impasse gerado com os incentivos do Fundopen concedidos para a Brahma. Centenas de cervejeiros de Caxias do Sul e Feliz acompanhados de familiares protestaram em frente do Palácio. A Antarctica pleiteava o mesmo tratamento concedido para Brahma, com redução do ICMS para seus produtos, o que não foi concedido pelo governador Britto. Resultado, mais demissões.

1997 – Continuam as negociações:
No dia 02 de março de 1997, foi realizada uma Assembléia Unitária dos cervejeiros gaúchos no município de Estrela. O evento reuniu mais de 1.000 pessoas de Estrela, Getúlio Vargas, Montenegro, Porto Alegre, Feliz, Caxias do Sul e Canoas.^
Para manter os postos de trabalho a Antarctica/Polar apresentou uma proposta de Banco de Horas. Com o acordo a empresa se comprometia a estancar o processo de demissão iniciado em 1996.
Os cervejeiros aceitaram a proposta de Banco de Horas com uma condição: Durante a vigência do acordo a empresa não poderia mais fechar unidades no RS. Porém após outras reuniões entre Antarctica/Polar e Sindicalistas que representavam os cervejeiros o acordo não chegou a ser assinado.

1998 – Inauguração da nova Fábrica da Brahma no RS:
No dia 15 de setembro de 1998, a Brahma inaugura, no distrito de Águas Claras, no município de Viamão, uma das fábricas de cerveja mais moderna do mundo, empregando 400 cervejeiros de forma direta e mais 4.000 pessoas de forma indireta. Deveria gerar 97 milhões de reais de ICMS anualmente. A Brahma construiu a nova fábrica com apoio do BNDS e do governo do estado (Antônio Britto). As linhas de produção da fábrica são totalmente automatizadas, além de proporcionar grande produtividade. A água que abastece a fábrica é suficiente para atender uma cidade de 50 mil habitantes. O consumo de energia elétrica é semelhante ao de uma cidade de 12 mil habitantes. Com a inauguração da nova fábrica em Viamão, mais duas cervejarias foram fechadas no Rio Grande do Sul, a SKOL de Passo Fundo com 300 cervejeiros e a Brahma da Avenida Cristóvão Colombo, em Porto Alegre com 400 trabalhadores demitidos.

1999 – Mega – Fusão Brahma e Antarctica surge a AmBev:
Em agosto de 1999, eclode a notícia da “Mega Fusão” das duas maiores cervejarias do Brasil. Em Estrela acontece uma grande mobilização popular com abraço a fábrica. Foi criado o Slogan: “Pô Polar, Estrela é teu lar”. Imediatamente os cervejeiros sentem o risco do desemprego. A fusão se autorizada pelo CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, colocaria em risco mil empregos em Estrela, Getúlio Vargas, Montenegro e Canoas.
Angustiados pelo risco do desemprego, representantes dos cervejeiros e prefeitos dos municípios, reuniram-se com o CADE em 09 de setembro de 1999, para discutir os efeitos da fusão entre Brahma e Antarctica. O temor era de que a AMBEV, empresa resultante desativasse unidades da Antarctica no RS.
O Secretário do Desenvolvimento Econômico - Sedai, José Moraes, determinou estudos sobre a concessão do Fundopen para Brahma no RS. Até 09 de setembro de 1999, o estado do RS já havia investido mais de 18 milhões de reais nesta fábrica.
Estrela pede apoio ao governo do Estado, para evitar o fechamento da unidade local. Em reunião com lideranças do município, o governador Olívio Dutra falou sobre o Fundopen, que segundo ele favorece a concentração de empresas em algumas regiões e em alguns setores provocando uma concorrência desleal. Prometeu estudar e se fosse possível rever os incentivos para Brahma em Viamão.
Porém além da gentileza do governador do Estado, nenhuma medida restritiva foi tomada contra a empresa que iniciou um processo de demissão em todas unidades do RS.

2000 – Clima de Instabilidade:
No dia 08 de janeiro de 2000, sindicalistas ligados a CONTAC – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e FTIA-RS – Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do RS, vem a Estrela e alertam aos cervejeiros sobre as demissões naqueles dias. Não deu outra as demissões se sucedem a conta-gotas. No mesmo ano fecha a cervejaria Bavaria de Getúlio Vargas com a demissão de 250 cervejeiros.

2001 – Mais demissões:
No dia 06 de fevereiro de 2001, o Sindicato de Estrela denuncia a demissão de mais 62 cervejeiros em Estrela.
Em junho fecha mais uma unidade da Antarctica/Polar – refrigerantes de Canoas com mais 100 demitidos.

2002 – Continuam as demissões em Estrela:
Em janeiro de 2002, os cervejeiros da unidade da Antarctica/Polar de Estrela, são surpreendidos com mais 35 demissões. Em Montenegro foram mais 55 demissões. A justificativa da AmBev indica a necessidade de promover uma reestruturação nas áreas de produção e logística nas áreas de distribuição de cerveja no estado do RS.
Sobraram apenas 83 cervejeiros em Estrela. A partir desta data, encerra-se a fabricação de cerveja na unidade e limita o processo a fábrica de Montenegro. A filial de Estrela fica restrita ao envasamento e distribuição de cerveja. Por outro lado a Ambev expande seu mercado para América Latina, quando se junta a Quilmes da Argentina.

2003 – Agoniza cervejaria de Estrela:
Agoniza aquela que foi a maior empresa de Estrela desde 1945. Capenga o envasamento da bebida na unidade da Antactica/Polar de Estrela. Estrela chora a perda de sua fábrica, enquanto a AmBev contabiliza um faturamento de 487 milhões de dólares em 2003.

2004 – AmBev ganha o mundo:
Enquanto a AmBev anuncia uma aliança com a Interbrew, de Bruxelas, na Bélgica, numa operação de 11 bilhões de dólares, aos poucos os trabalhadores que restam na Antarctica/Polar de Estrela, já não precisam ir até a empresa.
Apenas um grupo pequeno vigia os equipamentos.
A situação da unidade de Montenegro não é diferente, alguns poucos cervejeiros e fábrica praticamente parada.
Única fábrica da AmBev em atividade no RS é a unidade de Viamão, aquela mesmo que recebeu os incentivos do Fundopen.

2005 – No lugar da fábrica um grande distribuidor:
Estrela perde a fábrica de cervejas, mas fica com um grande distribuidor regional dos produtos da AmBev.

2006 – E o fim chegou:
A capacidade ociosa elevada gera alto custo operacional e a decisão é encerrar as atividades de Estrela e Montenegro. Coincide com a decisão do CADE – 6 anos depois.
AmBev de Viamão vai abastecer mercado A AmBev fica com 1.618 trabalhadores no Rio Grande do Sul, divididos nas unidades de Porto Alegre (maltaria) e Viamão. Nesta última há a fabricação de praticamente todas as linhas de produtos, com exceção da cerveja long neck (Lages-SC). É da indústria de Viamão, inclusive, que saem as cervejas Polar comercializadas em toda a Região Sul do país.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Referência: Clipagem Aepan-ONG
Matéria divulgada no Jornal Folha de Estrela – Coluna: Histórias da Nossa História.
Imagens: Arquivo Aepan-ONG

Estrela-RS - Banda Municipal


Banda Municipal de Estrela -
Quantas saudades que a lembrança traz!
Fonte: Aepan-ONG

A importância da Banda Municipal de Estrela, como instituição, transcendeu o aspecto músico-cultural, para se revestir também em social. Por meio da banda de música muitos talentos se revelaram melhores cidadãos e, não raro, dentre seus instrumentistas surgiu pessoas que foram importantes para a comunidade. Jovens em situação de risco social encontraram nela caminho seguro, onde superaram suas angústias e conquistaram auto-afirmação Participaram intensamente da vida da comunidade, tocando em festas, eventos esportivos e solenidades. A Banda se mostrou uma instituição de importância ímpar na vida musical, social e cultural de Estrela.

A Banda Municipal de Estrela foi criada por Lei Municipal nº 1533/77 e registrada como entidade Civil sob nº 44 em 15 de agosto de 1979 reunindo vários músicos amadores e com eles valorizando os momentos altos da comunidade. O então prefeito Hélio Mussckopf foi grande e talvez o maior incentivador da Banda.

A Banda Municipal de Estrela venceu o Campeonato Estadual de Bandas em 1978, cabendo-lhe por isso representar o Rio Grande do Sul na Fase Nacional do certame, realizada no estado do Rio de Janeiro conquistando muito prestigio pois o evento foi transmitido por televisão. Participou ainda, do Festival de Bandas em Flores da Cunha, no ano de 1979.

Em maio de 1982 ( a exatamente 25 anos) a Banda gravou um LP nos estúdios da Central de Produções ISAEC, intitulado “Isto é Estrela”, fazendo alusão a múscia em homenagem a Estrela Centenária de Adauto de Azevedo e G. Carvalho que consta no lado B, faixa 4 do disco. Tinha como componentes: Aury J. Gattermann, Rubem P. Diedrich, Pedro E. Birck, Otélio R. Da Rosa, Carlos R. Da Rosa, Astor J. Dalferth, Natalício Vicente Fernandes, Carlos W. Juchum, José O. Eidelwein, Ervino R. Sulzbach, Erno Kord, Alexandre Fritsch, Gunther G. Dalferth, Augusto C. Heineck, Albano Nyland, Décio M. Ramos da Silva, Edenisar C. Pereira, Leandro R. Dos Santos, Luciano R. dos Santos e Carlos Joel da Silva. Aranjos e Regência Gerson Thomás de Carvalho, o Pernambuco (que foi maestro da Banda até dezembro de 1988). Técnica e mixagem: Marco Aurélio e Inácio Mitchel. Foi sem dúvida um grande momento para Banda Municipal de Estrela. “O LP consta no arquivo da Aepan-ONG”.

Em 1992 a Banda contava com 22 componentes, sob a regência do maestro Otélio da Rosa. Era presidida por Francisco Vilmar Horn e realizava seus ensaios na Casa de Cultura Dr. Lauro Muller.

Em 1998 contava com 26 componetes. Se estivesse funcionando completaria 30 anos de atividades no dia 22 de novembro de 2007.

A atual Administração Municipal de Estrela está reativando a Banda Municipal e segundo informações do site da prefeitura, ainda neste primeiro semestre. A intenção é formar a Banda com 12 músicos, que serão selecionados partindo da proposta de naipes (quantidade de instrumentos por área). O repertório a ser interpretado se constituirá em música germânica e será uma Banda somente de sopro.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte: Arquivo da Aepan-ONG
Divulgado no Jornal Folha de Estrela
Coluna Histórias da Nossa História

Estrela-RS - História do abastecimento de água


História do abastecimento d’água em Estrela

A Corsan assumiu o abastecimento de água em Estrela no fim da década de 60, mas essa história teve início no século IXX.

Na fundação da Colônia, os estrelenses tinham no Rio Taquari e arroios como seus principais mananciais.

Aos poucos, com o aumento da população e a ocupação de áreas mais distantes do Rio Taquari e dos arroios, cresceu a necessidade de abastecimento de água na Vila e interior. Foram incentivados no início do século XX os poços residenciais e captação fluvial em cisternas. Mais tarde surgiram os poços artesianos.

Em 1888 existiam na zona urbana da Vila Estrela, 90 edificações com 400 moradores que se abasteciam principalmente com águas dos arroios ou Rio Taquari.

A Lei número 19, de 12 de janeiro de 1897, promulgada pelo presidente do RS, Júlio de Castilhos, estabelecia que são de competência cumulativa do Estado e dos municípios, serviços tais como: A higiene pública e o abastecimento de água a população e esgotos de cidades e vilas. Ao município cabia tudo sobre a higiene local. Ao Estado, o abastecimento de água e esgotos, examinar os projetos respectivos, aprová-los quando de acordo com a higiene. Na verdade o Estado pouco ou nada fez nesta área até a segunda metade dos anos 60.

Em 1901 a Vila de Estrela contava com 146 prédios na zona urbana sem água encanada. A população do município nesta época era de 16.442 habitantes, prevalecendo abastecimento de água através de poços domésticos e águas pluviais recolhidas em cisternas.

Somente em 21 de julho de 1925 ficam ultimados os serviços de abertura do poço artesiano com 207 metros de propriedade do cidadão Luís Inácio Müssnich, empresário de Estrela, que produziu água abundantemente.

Em 1928 iniciou-se a perfuração de mais um poço artesiano para suprir a Vila de água potável. O intendente/prefeito Augusto Frederico Markus (1928 – 1934), investiu na rede de distribuição de água.

Em 1935 é inaugurado mais um poço artesiano e uma caixa d’água com capacidade de 2 mil litros. Em 1941 constrói-se um novo reservatório para o poço artesiano com uma caixa d’água de concreto armado com capacidade para 50 mil litros em substituição a caixa de ferro de 2 mil litros.

Na administração do prefeito Oscar Leopoldo Casper (1947-1951) foi adquirido um novo compressor, ao mesmo tempo que, uma segunda rede de recalque era construída. É colocado em funcionamento o poço artesiano adquirido da viúva Luis Müssnich.

Os próximos administradores continuaram investindo na captação de água através de poços artesianos e na sua distribuição a população. O prefeito Aloysio Valentin Schwertner (1956-1959) não aceitava a idéia de captação, tratamento e distribuição de água a partir do Rio Taquari.

Na administração do prefeito Bertholdo Gausmann (1960-1963), no ano de 1962, novo poço artesiano é aberto pela municipalidade, desta vez para abastecimento do bairro Boa União e altos do Oriental ligados a um reservatório de 100 mil litros.

Em 1964 o serviço de abastecimento de água e esgoto até então a cargo da municipalidade, passa para esfera estadual através da Secretaria de Obras Públicas. O contrato de concessão para Corsan foi firmado em 1970 e permite apenas a exploração dos serviços de abastecimento de água. Expirando em 20 de maio de 2010. Muito embora a estatal tenha assumido a distribuição de água, o município de Estrela continuou investindo alto no setor. Só no distrito de Teutônia, foram aplicados 200 mil cruzeiros entre 1969-1973 na segunda administração de Bertholdo Gaussmann.

Um convênio entre a Corsan e município propiciou ainda em 1973 a instalação de 17 mil metros de rede de água e a construção de uma caixa d’água junto a bairro dos Estados.

Na administração de Hélio Musskopf (1977-1982) foram perfurados poços artesianos e instaladas no interior do município algo em torno de 200 mil metros de rede de água. Novos investimentos aconteceram na administração de Gabriel Aloísio Mallmann (1983-1988) principalmente nos distritos.

Entre 1989-2000, nas administrações dos prefeitos Leonildo José Mariani e Ghuinter Wagner, o municio teve participação efetiva na extensão de novas redes de água no interior além da perfuração de poços artesianos em convênio com o Estado. Em 12 anos de Mariani e Ghinter à frente do Executivo Municipal foram estendidos 210 mil metros de novas redes de água no interior, sendo que, desta forma, 98% da população rural contava com abastecimento de água através de rede hidráulica.

Sociedade de águas no interior:
Nos dias atuais as propriedades rurais são abastecidas através das sociedades de água que são responsáveis pelo abastecimento. Os associados contribuem para aquisição de equipamentos, manutenção do poço e distribuição de água. São entidades legalmente constituídas.

Corsan atende população urbana de Estrela:
Hoje a população de Estrela é abastecida através de 15 poços artesianos em operação que produzem 5.500 m³ de água/dia que são perfurados a uma profundidade média de 150 metros. Possui na zona urbana cinco reservatórios localizados nos bairro Boa União, Cohab II, Auxiliadora e dois no bairro dos Estados. Conforme o Censo do IBGE eram abastecidos com água, 8.158 domicílios no ano 2000. O Censo 2007 apurou 9.479 domicílios, sendo 1.001 rurais. A população de Estrela em 2007 era de 29.153 habitantes.
Quem é a Corsan?
A Corsan – Companhia Riograndense de Saneamento, com sede na Rua Caldas Junior, 120, 18° andar em Porto Alegre, é responsável pelo fornecimento de água para o consumo humano em 343 municípios do Rio Grande do Sul, abastecendo 7 milhões de habitantes. A Corsan é uma empresa de economia mista e de capital aberto, que tem o Estado como principal acionista e como responsável legal o Diretor-Presidente, Mário Freitas.

Em Estrela a Corsan está localizada na Rua Coronel Mussnich, 701, sala 01, fone 3712-1479. Tem na gerência o Senhor Gilmar Francisco da Silva e possui 12 funcionários.

Controle de Qualidade da Água:
A qualidade da água distribuída é controlada de acordo com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde, através de análise físico-químicas e microbiológicas realizadas em amostras coletadas no manancial, na reservação e na rede de distribuição. Essas análises são realizadas na ETA – Estação de Tratamento de Água, complementadas pelo Laboratório Central de Águas em Porto Alegre, reconhecido pela Rede Metrológica do Rio Grande do Sul e acreditado pelo INMETRO de acordo com a ISO-17.025.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Referência: Informes da Prefeitura de Estrela (1926, 1951, 1955, 1973, 1977, 1986, 1992, 1999), IBGE e Corsan. Documentos do acervo da Aepan-ONG.

Futebol Amador de Estrela-RS


História do Futebol Amador de Estrela-RS
LEFA

O Futebol não é um esporte que precisa de materiais caros quando se trata de brincadeiras, o pessoal de um bairro qualquer joga com tampinha de garrafa, pedra ou latinha que encontra no chão como bola, usam galhos de árvores como trave, ou seja, o custo é zero...
Mas quando falamos de um campeonato de futebol organizado no município não é tão simples assim, é preciso patrocinadores. Pois o futebol amador em Estrela não possuiu incentivo podendo ficar paralisado pelo segundo ano consecutivo. Uma trajetória de muitas glórias e grandes campeonatos da Liga da cidade que hoje não consegue viabilizar a competição. Mas vamos a história da LEFA que vive seus piores momentos:

Em 12 de abril de 1985 nascia a LEFA – Liga Estrelense de Futebol Amador. Uma Comissão Provisória composta por Ilson Carlos Krombauer, Elimar Rex, Ernani Diensmann e Vanderlei Eidelwein reuniram as agremiações interessadas para sua fundação em 12 de abril de 1985.

A reunião de fundação ocorreu nas dependências do Grêmio Esportivo Atlântico, localizado no distrito de Costão. O objetivo era congregar, organizar, desenvolver, fortalecer e definir um calendário de atividades para os clubes de futebol amador de Estrela.

Na oportunidade foi realizado o credenciamento dos clubes com indicação de um nome como responsável perante a LEFA e eleição da primeira diretoria.

Os clubes presentes e seus respectivos representantes foram: Grêmio Esportivo Atlântico (Sr. Seno Lenhardt); Esporte Clube Juventude (Sr. Olavo Landmeier); Esporte Clube São Jacó (José Leo Diehl); Esporte Clube Tupi (Sr. Arildo Klein); Esporte Clube Beija Flor (Sr. Orlando Dickel); Sociedade Esportiva e Recreativa Arroio do Ouro (Sr. João Carlos Krahbe); Grêmio Esportivo Brasil (Sr. Armim Medke); Clube Esportivo Geraldense (Sr,. Cláudio Fiegenbaum); Esporte Clube Arroio da Seca (Sr. Elimar Rex); Sociedade Esportiva União (Sr. José Holhz); Tamoio FC (Sr. Hércio Lammers); Esporte Clube XV de Novembro (Sr. Valdério Berschonds); Remo FC (Sr. Wilmut Weskhausen) e Grêmio Recreativo Rui Barbosa (Sr. Breno Closs).

Procedida à votação que foi secreta, a primeira diretoria da LEFA ficou assim constituída: Presidente – Ilson Carlos Krombauer; Secretário – Elimar Rex e Tesoureiro – Vanderlei Eidelwein. Os eleitos tomaram posse no mesmo dia. Os Estatutos da entidade foram aprovados na segunda reunião que ocorreu no dia 21 de junho de 1985.

A Galeria dos ex-presidentes é composta por Ilson Carlos Krombauer (1985-1991, 1995-2000, 2004-2007); Adauto de Azevedo (1992); Vomberto Teixeira (1993-1994); Alexandre Engster dos Santos (2001-2003) e Vanderlei Luiz Gregory – Nico (2008...).

Os Campeões foram: 1985 – Rui Barbosa de Corvo; 1986 – Atlântico de Costão; 1987 e 1988 – Brasil da São José; 1989 e 1990 – Geraldense; 1991 e 1992 – Brasil da São José; 1993 e 1994 – Sociedade Esportiva União; 1995 – Juventude da Glória; 1996 – Atlântico de Costão; 1997 – Alto da Bronze; 1998 – Atlântico de Costão; 1999 – Geraldense; 2000 – Atlântico de Costão; 2001 – Independente de Porongos; 2002 – Aimoré da Delfina; 2003 – AEMBI – bairro das Indústrias; 2004, 2005 e 2006 – Sociedade Esportiva União, 2007 e 2008 – Não foi realizado campeonatos.
Os Vice-Campeões foram: 1985 – Juventude da Berlim; 1986 – Sociedade Esportiva União; 1987 – EC. Arroio da Seca; 1989 e 1989 – Sociedade Esportiva União; 1990 – Rui Barbosa de Corvo; 1991 – Geraldense; 1992 – Tamoio da Linha Wolf; 1993 – Atlântico de Costão; 1994 – Brasil da São José; 1995 – AEMBI bairro das Indústrias; 1996 – Juventude do distrito de Glória; 1997 – Brasil da São José; 1998 – Alto da Bronze; 1999 – Atlântico de Costão; 2000 – Independente de Porongos; 2001 – Atlântico de Costão; 2002 – Delfinense; 2003 – Aimoré da Delfina; 2004 – Arroio do Ouro; 2005 – Alto da Bronze; 2006 – SER Aimoré; 2007 e 2008 Campeonatos não realizados.

No dia 14 de fevereiro de 2008, reuniram os clubes filiados para eleição da nova diretoria cujo presidente eleito é Vanderlei Luiz Gregory, que lamenta a falta de incentivo, pois não consegue recursos sequer para o custeio da arbitragem para os clubes.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte: LEFA – Liga Estrelense de Futebol Amador

Folha de Estrela


Folha de Estrela – 9 anos
O Jornal que fala com o leitor

Está ouvindo o alarido que faz a Folha? Pois Ela fala ao mesmo tempo de todos os assuntos, discute sobre tudo que diz respeito à Estrela: Saúde, educação, política, esporte, história, natureza, homem, tempo e espaço... As notícias vinculadas em suas páginas, muitas vezes são graves, alegres ou tristes. A Folha examina, contesta, afirma, defende e até denuncia de forma absolutamente isenta e democrática.
É admirável que nos dias de hoje, com toda a concorrência do rádio, televisão, internet, a Folha tenha conservado seu caráter distintivo, de alguma forma, especial e mágico, que faz os estrelenses se identificar com o semanário de forma única e singular.

De dentro de suas páginas ouve-se a memória. Páginas em sua totalidade cuidadosamente arquivadas, ano a ano, no Memorial da Aepan-ONG desde o 1º exemplar editado em 20 de maio de 1999, há oito anos atrás, que servem de apoio e pesquisa a tantos quantos buscam informações sobre nossa terra, nossa gente.
Na verdade a palavra escrita é fundamental para que não se perca a memória. Aí está o jornal e seu leitor como guardiões. Assim não perdemos a memória e analisamos com mais razão e critério as informações que transformamos em saber. É o Jornal como um mapa opcional que serve como subsídio neste mundo tão confuso e complexo de hoje.

Meu caro editor e diretor Sr. Pochmann de Quevedo, para homenagear a todos que escrevem ou escreveram na Folha de Estrela ao longo destes oito anos, lembro de Clarice Lispector: “Sei lá porque escrevo? Que fatalidade é está? Enquanto eu tiver perguntas sem respostas, continuarei a escrever”. E para os leitores da Folha cito Edmund Jabés: “Um buen lector es em primer lugar um lector sensible, curioso, exigente. Através de su lectura, sigue su intuición”.

Feliz Aniversário!

Airton Engster dos Santos
Ambientalista-Aepan-ONG

Estrela-RS - O Cangaceiro Estrelense


O Cangaceiro estrelense
Filme é reconhecido em Cannes em 1953

Alberto Ruschel nasceu em Arroio do Ouro, município de Estrela, irmão de Nilo que era radialista e Paulo compositor clássico regionalista “Os Homens de Preto”.

Aos 20 anos de idade, começou carreira no Rio de Janeiro, como músico, e cantor. Grande Otelo levou o amigo para o cinema. Ruschel torna-se galã e aparece em filmes como: “Este Mundo é um Pandeiro”, “Ângela” e “Cangaceiro”, entre outros. Fez três filmes na Espanha. Na volta para o Brasil filmou: O “Cara de Fogo” e “Matemática Zero, Amor Dez” com grande sucesso e campeão de bilheteria na época.

Uma única vez Ruschel aparece como diretor em “Pontal da Solidão”. Participou da novela “O Todo Poderoso” produzida pela Rede Bandeirantes entre 1979 e 1980.
Filmou Também “Paixão de Gaúcho” - Época da guerra entre Legalistas e Farroupilhas. Chileno, um valente gaúcho, pede a mão de Catita ao seu pai, que pede ao rapaz, provas de sua coragem. Isto o leva a correr risco de morte, mas ele acaba saindo ileso e o pai da garota se decide pelo noivado de sua filha.

“O Cangaceiro”, porém foi seu maior feito. O drama, em preto e branco, conta a história de um bando de cangaceiros comandado pelo Capitão Galdino (Milton Ribeiro) que mantém a todo custo um código de honra. Ao invadirem um vilarejo, raptam a professora Olívia (Marisa Prado). O cangaceiro Teodoro (Alberto Ruschel), subalterno de Galdino, procura em vão convencê-lo a devolver Olívia. Burlando a vigilância, Teodoro e a professora abandonam o acampamento, fugindo pelo sertão. Durante a fuga, Teodoro confessa sua paixão a Olívia, que procura convencê-lo a ficar com ela e entregar-se à justiça, mas Teodoro revela-se incapaz de abandonar o sertão. No enfrentamento, Teodoro fere Galdino, mas acaba se rendendo. “O Cangaceiro” foi considerado o melhor filme de aventura e ganhou menção especial pela música no Festival de Cannes de 1953. Foi uma dos maiores sucessos da Vera Cruz, mas também um dos filmes mais caros produzidos pela Companhia. “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, produzido em 1953 pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, é uma das fitas mais premiadas da década de 50, estrelada por Alberto Ruschel, Marisa Prado, Milton Ribeiro, Vanja Orico e Adoniran Barbosa.
Alberto Ruschel recebeu o prêmio Oscarito no Festival de Gramado entregue as personalidades do cinema brasileiro. Faleceu no Rio, em janeiro de 1996.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos

Airton Engster dos Santos: Biocombustíveis testados em Estrela-RS

Biocombustíveis testados em Estrela-RS


Empresa foi centro de pesquisa nos anos 80

A empresa Farol S/A, localizada próxima ao Porto de Estrela (complexo hoje desativado), possuía entre seu corpo técnico um conjunto de profissionais, técnicos e engenheiros, altamente gabaritados, que passaram a desenvolver uma série de atividades inerentes a produção de farelo, farinha, lecitina e óleo de soja degomado. Também ração animal. A Farol S/A tinha capacidade para processar em torno de 2.000 T de soja/dia. A empresa funcionou de 1978 a 1990, vindo a fechar em função da política para a “Trading Interbrás” no governo do Presidente Fernando Collor, mas isso é uma outra história.

Na empresa, além da produção de derivados de soja, foi efetivado experiências de grande, média e pequena complexidade com outros tipos de sementes, como uva, colza, milho, arroz e linhaça em maior escala. As experiências se davam em escala industrial ou laboratorial tendo como grande incentivador o eng.° Cláudio Lang, Diretor de Produção, coordenadas ou acompanhadas pela eng.ª química Mariza Casagrande Bronstrup, eng.° Ricardo Alves de Moraes, eng.° Juarez da Silva, Sr. Grimolvã da Silva Fortes, Sr. Er Gomes de Campos, Sr. Querino Schutz entre outros profissionais. Na verdade além de empresa processadora de oleaginosas a Farol foi um grande centro de pesquisas, graças à capacidade profissional e intelectual de seus profissionais. Somente no Laboratório físico/químico foram efetivadas 1.586 pesquisas ou experiências com sementes, óleos, água, carvão mineral, solventes, combustíveis, alimentos entre outros, além de todo controle de qualidade de rotina da fábrica e produtos comercializados. O Laboratório trabalhava 24 horas do dia com uma equipe de aproximadamente 15 pessoas. Todos resultados das experiências realizadas foram catalogados em livros próprios.

Através dos conhecimentos da equipe, foi testada naquela época a utilização de óleo vegetal como biocombustível, alternativo aos derivados de petróleo. Os testes foram feitos em uma carregadeira, sendo seus resultados considerados satisfatórios.

Nos anos oitenta o trato com as questões ambientais ainda eram tímidas, porém na Farol S/A, muitos cuidados eram tomados, como por exemplo: Os fumos da chaminé eram controlados pela equipe do laboratório da empresa, que observava a queima dos combustíveis através da cor da fuligem, inclusive o nível de CO2 emitido para atmosfera era medido regularmente.

Também foi implantada uma Estação de Tratamento de Efluentes, onde era tratada a água utilizada na indústria, antes de ser devolvida ao Arroio Boa Vista, recurso hídrico de onde também era captada.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Arquivo Primário Memorial Aepan-ONG

Biocombustíveis


Biocombustíveis não devem concorrer com a produção de alimentos

O aumento na produção de biocombustíveis originária de plantações pode afetar a meta da ONU (Organização da Nações Unidas), de acabar com a fome nos países em desenvolvimento, onde 850 milhões de pessoas não tem comida suficiente. A preocupação é da FAO - Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAO, siglas de Food and Agriculture Organization) é uma organização das Nações Unidas cujo objetivo declarado é elevar os níveis de nutrição e de desenvolvimento rural.
A produção de combustíveis a partir da cana-de-açúcar, do milho, da soja e de outras oleaginosas, cresce impulsionada pela alta dos preços do petróleo, que superam US$ 70 o barril, e pela campanha por combustíveis menos prejudiciais ao meio ambiente e de fontes renováveis.
Na verdade é um problema completamente novo. No ano passado a FAO afirma que a produção de biocombustíveis não afetou o suprimento de alimentos. A FAO quer descobrir como vai ficar daqui a 5 ou 10 anos. É preciso fazer muitos estudos destaca a organização internacional.
Os biocombustíveis compõem apenas uma pequena fração da energia mundial, mas tem o potencial de chegar a 6% do total até 2050. É uma questão emergente que não tem números ou diretrizes claras. Para FAO os biocombustíveis são um dos três grandes desafios da agricultura. Os outros são as alterações climáticas e a multiplicação da população mundial. A produção de comida terá que crescer 25% nos próximos 25 anos para manter em evolução com o aumento na população mundial, que deve chegar a 9 bilhões de pessoas.
No Brasil a grande força na produção de alimentos está na agricultura familiar.
Aproximadamente 85% do total de propriedades rurais do país pertencem a grupos familiares. São 13,8 milhões de pessoas em cerca de 4,1 milhões de estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população ocupada na agricultura. Cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira e 37,8% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores familiares.
É importante que o Brasil tenha a sua energia alternativa. Mas não se pode deixar de cuidar da Segurança Alimentar, não se pode deixar de produzir alimentos porque este é o combustível do homem.
Como incentivo devem ser criados mecanismos que facilitem a produção de alimentos com subsídios financiados, garantindo preços seguros aos agricultores.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de Dados: IBGE e FAO

Lajeado-RS


Lajeado-RS - História

Primeiramente, pertenceu o município de Lajeado ao de “Vila Príncipe” (Rio Pardo), criado pelo Alvará Régio de 27 de abril de 1809, juntamente com Porto Alegre, Rio Grande e Santo Antônio da Patrulha. Eclesiasticamente, ficou submetida à Freguesia de Taquari.

Uma vez criada a Freguesia de Estrela pela Lei 875 de 2 de abril de 1873, a ele foi incorporado o território de Lajeado pela Lei 916 de 24 de abril de 1874. Pela Lei 963 de 29 de março de 1875, foi instituído como 2° Distrito de paz da Freguesia de Estrela, compreendendo o território situado a margem direita do Rio Taquari (Lajeado, Arroio do Meio, Encantado e Guaporé).

Pela Lei 1.044 de 20 de maio de 1876 foi criado o município de Estrela, dele fazendo parte o Distrito de Lajeado.

Mais tarde em 27 de maio de 1881, pela Lei provincial 1351, foi criada uma freguesia no 2° Distrito de paz de Estrela, sob a invocação de Santo Inácio. Finalmente pelo Ato 57 de 26 de janeiro de 1891 foi criada a Vila de Lajeado, cuja instalação deu-se em 25 de fevereiro do mesmo ano.

Até 20 de outubro de 1891, a nova comunidade foi administrada por uma Junta Municipal, presidida por Frederico Henrique Jaeger. A 15 de novembro de 1891, foi empossado o 1° Conselho Municipal, e eleito o intendente Frederico Heineck.

A 20 de fevereiro de 1892, foi dissolvido o Conselho Municipal pelo então governador do Estado e nomeada uma Comissão para gerir os negócios da comunidade. A 19 de agosto de 1892, tomou posse do cargo de Intendente Provisório Bento Rodrigues da Rosa que administrou o município até 1894, quando foi substituído por Joaquim de Moraes Pereira. Em 1895 este foi substituído por Júlio May.

Pelo Decreto 618 de 6 de maio de 1903, instituiu a Comarca do Vale do Taquari, com sede em Lajeado, abrangendo o termo de Estrela.

Em 20 de dezembro de 1939, foi a Vila de Lajeado elevada à categoria de cidade.

Colonização de Lajeado:
A colonização de Lajeado remonta a 1853, com o estabelecimento da Colônia Conventos, fundada por Antônio Fialho de Vargas. Ficava esta colônia situada no lugar denominado Conventos Velhos, próximo a atual sede do município, onde por volta de 1830 se estabelecera José Inácio Teixeira, “dono de muitos escravos” que construiu casas e adquiriu alguns lotes de terras repassando tudo para Antônio Fialho de Vargas. Em 1835 já havia muitos moradores em ambas as margens do Rio Taquari. Fialho de Vargas fez grandes derrubadas de matos e vendeu lotes de terras a pessoas de outros municípios que atraídos pela grande quantidade de terras para lavouras, mudaram-se e fixando residência no território que aos poucos foi se desenvolvendo.

Em 1855 recebia a Colônia Conventos os primeiros imigrantes e, em 1857, já possuía 168 habitantes, dos quais 81 homens e 87 mulheres, sendo 49 deles chegados naquele ano da Europa. No ano seguinte chegavam mais 20 colonos ficando assim distribuída a população segundo religião e a nacionalidade: Brasileiros: 76, Alemães: 112 – Católicos: 71, Evangélicos: 117. Deste total 100 eram do sexo masculino e 88 do feminino. A colônia produzia feijão, milho, batatas, trigo, favas e cevada.
Em 1860 a população crescia para 231 almas.

Houve também imigração italiana, notadamente nos antigos distritos de Marques de Souza, Progresso e Fão, iniciada anos mais tarde. Também houve colonização de luso-brasileiros em menor escala.

Curiosidade:
· Rivalidades entre Estrela e Lajeado eram famosas e comentadas inclusive em rádios de Porto Alegre, especialmente quando da realização de jogos entre os clubes representantes de cada cidade. A travessia do Rio Taquari pelas torcidas e jogadores eram feitas através da barca ou canoas e não raras vezes em que eram realizadas a nados. Contam-se histórias desde o surgimento das colônias por volta de 1855 e tudo era motivo de rivalidade (social, esportivo, político e econômico). Com o tempo passou a compreender-se que o Rio Taquari não separa, mas une as duas cidades que possuem grande projeção no Rio Grande do Sul e Brasil.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de Dados: Município de Lajeado – Síntese Histórico e Estatística
– Documento do acervo da Aepan-ONG.

Colinas-RS


História de Colinas


O município de Colinas foi criado em 20 de março de 1992, através da Lei Estadual número 9.562, sendo que a denominação foi inspirada nas montanhas e colinas que circundam a localidade. Colinas (antigo distrito de Estrela) está localizada na margem esquerda do Rio Taquari, sendo colonizada por imigrantes alemãs, que deixaram suas raízes e serviram de marco para o desenvolvimento do setor primário e cultural da comunidade. Os descendentes de alemães conservam até hoje os hábitos dos antepassados, com suas festas, danças e culinária.
A primeira administração foi instalada em 1993. Colinas limita-se ao norte com Roca Sales, ao sul com Estrela, a leste com Imigrante e a oeste com o Rio Taquari. A área é de 57,25 km², população de aproximadamente 2.500 pessoas e altitude 50 metros.
O antigo distrito de Estrela, “Corvo”, se desenvolveu a partir da agricultura e pecuária e até os dias de hoje, cultiva-se em colinas: soja, feijão, batata, cebola, trigo, amendoim, uva, banana, sorgo e alho. Na pecuária destacam-se as criações de suínos, bovinos, aves, além da produção de leite e ovos. Também os setores industrial e comercial ganharam importância com o passar do tempo.
O zelo da população com seus canteiros e jardins deu a Colinas o título de Cidade Jardim.
Curiosidades: Uma forte paliçada foi construída em uma ilha situada no meio do Rio Taquari, no antigo distrito de Corvo, atual Colinas. A partir de 1636, quando a expedição do bandeirante Antônio Raposo Tavares percorreu a Vale do Taquari, este local servia de “Campo de Concentração” para centenas de índios das tribos ribeirinhas. Enquanto atacava as reduções jesuíticas na região das Missões, o bandeirante deixava alguns homens guarnecendo o depósito de índios na ilha de Corvo. Muitos índios ainda conseguiram fugir pelas matas.
As referências geográficas permitem tal dedução, pois o referido quartel de Raposo Tavares ficava protegido de intempéries e ataques, já que ficava entre colinas.
Entretanto a colonização de terras só viria a se dar, racionalmente, a partir do século XIX, com a chegada dos imigrantes alemães.
Origem do nome: Há duas versões sobre a origem do nome do antigo distrito de Estrela: Segundo alguns historiadores, o fato do distrito ter se chamado “Corvo” deve-se a grande presença desta ave, gerando o apelido, dado por navegantes que chegavam ao local.
A outra hipótese é que os açorianos (portugueses das ilhas dos Açores) que viviam em Rio Pardo e Taquari navegavam em nosso Rio Taquari e iam até próximo a Fazenda Lohmann (até onde o Rio era navegável) e a última ilha existente neste trajeto era denominada pelos navegadores de “Corvo” assim como se chama “Corvo” a última ilha do Arquipélago de Açores.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de dados: Município, Teu nome é um sucesso - Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul e Informativo oficial do município de Colinas – Ambos documentos no acervo da Aepan-ONG.

Teutônia-RS


Emancipação de Teutônia

Como sabemos o município de Estrela começou a ser regularmente povoado no ano de 1856. Os primeiros habitantes eram em sua maioria alemães ou descendentes deles provenientes do município de São Leopoldo.

No ano de 1858 foi fundada a segunda colônia denominada Teutônia. Sua população em 1862 era de 258 habitantes. Exportavam seus produtos através de carroças via Estrela ou porto dos Barros, uma estação de embarcações do Rio Taquari. Plantava-se feijão, milho, batatas, arroz, mandioca, favas, fumo e erva-mate. Nesta época a indústria era pouco desenvolvida, porém se destacavam a produção de banha, manteiga, e azeite de amendoim.

A idéia de criar uma colônia particular coube ao comerciante e atacadista Sr. Carlos Schilling, que em 1858, adquiriu as terras devolutas para construir a Colônia Teutônia. A denominação de Teutônia seria uma referência às tribos bárbaros dos teutões, que tinham sido moradores das margens do Mar Báltico e de muita influência na formação do povo alemão. Seria, a nível de Rio Grande do Sul - Brasil, uma importante referência ao empreendimento de Germânicos, que praticamente dominaram na ocupação de Teutônia. Em 1862 o agrimensor Lothar de La Rue deslocou-se para Teutônia, iniciando as medições e separações dos lotes de terras. Neste mesmo ano, vieram os colonos da Velha Colônia São Leopoldo para desbravar a área sul de Teutônia. Entre os anos de 1868 e 1876 vieram aproximadamente 300 (trezentas) famílias, imigrantes alemães vindos principalmente de Kappeln, Lotte, Lanbergen, Leeden, Lengerich, Niedersachen, Osterberg, Waterkappeln e de Gaste - Osnabrück.

A partir de 1861 o comerciante e administrador foi Carlos Arnt. Em 1878 foi criado um distrito policial. Em 1883 a Colônia Teutônia contava com 2.500 habitantes e produzia 10.000 sacos de feijão, 20.000 sacos de milho e 45.000 kg de banha. Em 1885 a Colônia de Teutônia é elevada à categoria de Freguesia. Em 18/10/1892 é Reorganizada através de Lei Orgânica Municipal a antiga fazenda Teutônia, que passa a ser 2º Distrito de Estrela e denominar-se Pinheiro Machado. Em 17/06/1955 é criado o Distrito de Canabarro, fixa seus limites e determina sua sede. Em 19/10/1972 é fixado o limite do perímetro urbano da Vila de Languirú. Em 18/01/1973 Vila Schimidt é declarada área urbana.

A Emancipação de Teutônia:
O município de Teutônia que pertencia a Estrela tentou sua emancipação política administrativa 1963, cujo movimento foi interrompido devido algumas dúvidas surgidas nos três distritos principais (Teuntônia, Languirú e Canabarro).
Com o Dr. Hércio Pêgas presidindo uma comissão de lideranças, foi retomado o movimento em 1976, o povo foi ao plebiscito em 24 de maio de 1981 e Teutônia obteve sua emancipação consagrada nas urnas por ampla maioria.
Em 31 de janeiro de 1983 foi instalado o novo município com posse do primeiro prefeito eleito Elton Klepker. O novo município explode em festas e entusiasmo para o progresso. Em seguida foi construído um moderno Centro Administrativo em estilo enxaimel em gratidão aos imigrantes westfalianos.

Curiosidades:
O município filho, Teutônia é homenageado em Estrela através do nome de uma rua no bairro Boa União em Estrela.
O município filho Teutônia já gerou fruto, o pujante município de Westfália, antiga Vila Schmidt.
Para quem gosta e pretende aprofundar conhecimentos sobre a história de Teutônia recomendamos o livro do escritor Ruben Gerhardt, “Colonização de Teutônia e Corvo” editado em 2004 a disposição no memorial da Aepan-ONG para pesquisas.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de dados e imagens: Clipagem Aepan-ONG, IBGE e Informativo Prefeitura Municipal Teutônia de 1995.
Divulgação: Coluna Histórias da Nossa História – Jornal Folha de Estrela.

Roca Sales-RS


Emancipação de Roca Sales

No início dos anos 50 Estrela tinha uma população de aproximadamente 30 mil pessoas, com 85% dos habitantes localizados na zona rural e 15% na zona urbana. O município era considerado de forte tendência agrícola com produção de milho, fumo, batata doce, batata inglesa, trigo, alfafa, amendoim, arroz, feijão, cana de açúcar e mandioca. Na pecuária com grande produção de suínos, bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos e muares. Estrela possuía 4.055 propriedades rurais distribuídas em 70.755 hectares. Possuía 5 distritos, a saber: Sede, Languirú, Roca Sales, Corvo e Teutônia.
Oficialmente em 28 de fevereiro de 1955 emancipa-se o 3º Distrito de Roca Sales diminuindo em praticamente 1/3 a população de Estrela.
Mas a história desta localidade, situada à margem esquerda do Rio Taquari, pertencente ao território de Estrela até metade dos anos 50, teve início em 1881 quando foi fundado um pequeno povoado em terras que pertenciam à família de Francisco de Santos Pinto. Depois se transformou em freguesia e em 1898 no governo do intendente de Estrela Pércio de Oliveira Freitas (1896-1900) foi elevado para categoria de distrito, à época denominada Conventos Vermelhos. Na administração do intendente Francisco Ferreira de Brito (1900-1908), em 12 de junho de 1902, recebia o nome de Roca Sales em homenagem ao Presidente da Argentina Júlio A. Roca e ao presidente do Brasil Campos Sales.
Seus primeiros habitantes foram as famílias de Cesário Piccinini, José Brock, Cândido Giongo, Emílio Rotta e Sílvio Piccinini. Visto o progresso de Conventos Vermelhos, que integrava o município de Estrela, foi gradativamente recebendo outras famílias vindas de outras regiões do Rio Grande do Sul e também do exterior. Agricultores de origem alemã e italiana foram incrementando o progresso da localidade construindo as primeiras igrejas e escolas.
Conforme dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 1913, Roca Sales contava com oito ruas, uma praça, oitenta prédios, e 480 habitantes. Possuía uma Igreja Católica e um templo luterano além de cartório, agência de correio e posto telefônico. A população distrital era de seis mil habitantes.
Por volta de 1940 foi iniciado o movimento emancipacionista que contagiou a comunidade especialmente as lideranças políticas, sociais e econômicas. Um plebiscito foi realizado com ampla vitória do Sim, tornando Roca Sales independente de Estrela através da Lei Estadual número 2.551 de 18 de dezembro de 1954. A instalação se deu em 28 de fevereiro de 1955. Quando Roca Sales se emancipou, contava com 36 estabelecimentos comerciais, 52 industriais, 1.724 prédios com 1.235 propriedades rurais, produzia 2.040 toneladas de batata inglesa, 720 toneladas de trigo e 4.000 toneladas de mandioca. Possuía um rebanho de 10.500 bovinos, 12.200 suínos e 500 ovinos. Havia 31 unidades escolares, uma sociedade recreativa, um clube de futebol, 9 grupos de bolão, duas sociedades de cantores e um cinema com capacidade para 200 pessoas.
Curiosidades:
Segundo IBGE, a população estimada de Roca Sales no ano de 2005 foi de 9.352 habitantes.
O município filho é lembrado em Estrela através do nome de uma rua denominada Roca Sales no bairro Boa União.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de dados e imagens: Clipagem e Arquivo Aepan-ONG, IBGE, Livro do Jubileu Diamante Estrela de 1951 e Álbum do Cinqüentenário de Estrela de 1926.

Imigrante-RS


História de Imigrante-RS

O município de Imigrante resultou da união de dois distritos: o de Arroio da Seca, do município de Estrela, de colonização predominantemente alemã, e outro, o de Daltro Filho parte do município de Garaibaldi, de colonização italiana e alemã. Arroio da Seca era distrito de Estrela desde 1955.

O Plebiscito foi realizado em 10 de abril de 1988 com 2.678 inscritos e 2.247 votantes. Destes, 1.808 votaram Sim, 406 Não, 26 em branco, 7 nulos. Em 09 de maio de 1988, cria-se oficialmente o município de Imigrante, pela Lei Estadual 8.605 assinada pelo governador Pedro Simon (1987 – 1990).

Por haver grande concentração de imigrantes europeus na região originou-se o nome deste município.

Mas a história de Arroio da Seca tem início bem antes de 1988. Na verdade em 1868 a colonização já havia atingido a nascente do Arroio da Seca, no vale que liga Estrela a Garibaldi. Quem percorrer os cemitérios de Arroio da Seca, principalmente de Linha Imhoff poderá ler nas inscrições dos túmulos dizeres, nos quais os colonos tiveram o cuidado de esculpir a Província de origem e procedência dos falecidos imigrantes, inclusive a localidade de nascimento.

A ocupação de Arroio da Seca, portanto, teve início no século XIX com duas correntes principais: Os primeiros imigrantes vieram de Teutônia que teve início de sua colonização em 1858. Outras famílias vieram diretamente da Alemanha, principalmente da região da Westfália. Nesta época tudo era mata virgem e as dificuldades eram imensas.

Em monumento erigido à frente da Igreja Evangélica da Paz de Arroio da Seca, está gravado 1882 como marco inicial da colonização.

Outra porta de entrada para Arroio da Seca foi a Zona de Corvo.

O trajeto entre Arroio da Seca e Estrela somente podia ser feito a pé; a mata virgem era muito densa e a venda mais próxima localizava-se em Estrela. Os colonos levavam milho, feijão e outras mercadorias para as vendas em Estrela, as quais eram trocadas por roupas e utensílios diversos.

Por não ter sido possível trazer utensílios da Europa, os imigrantes fizeram todos seus pertences (xícaras, pratos, talheres e outros) de madeira. Também faziam sua própria cerveja, tomando-a nos dias de festa. As roupas eram feitas de feitas através de tear.

Muitos anos depois é que surgiu o gado leiteiro, quando Arroio da Seca era ainda uma picada. Muitas vezes os animais silvestres devoram o gado e as galinhas.
A terra para o plantio era limpa a mão. O cavalo além de servir para arar a terra passou a ser o meio de transporte utilizado para o deslocamento para Estrela.

As escolas eram distantes e as pessoas mais instruídas serviam como professores. As escolas construídas serviam também cultos religiosos.

Os imigrantes trouxeram da Europa a medicina caseira. As pessoas tentavam se curar em casa, pois médico só em Estrela. Muitas pessoas morreram na época por falta de assistência.

Com a primeira leva de imigrantes não vieram padres nem pastores. Todas as famílias trouxeram consigo um livro chamado “Schwarzes Hausbuch”, de orações que servia de base para batismos, casamentos e enterros.

Os vizinhos se ajudavam mutuamente em caso de doenças e outras dificuldades. Os imigrantes mais novos casavam somente com outros imigrantes, geralmente com seus vizinhos. Eles tiveram grandes dificuldades para registrar seus filhos e terem seus casamentos reconhecidos.

Com relação à Daltro Filho, deduz-se que a chegada dos primeiros imigrantes tenha se dado por volta de 1870.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte dos Dados: “Teu Nome é um Sucesso!” e “Os novos Municípios Gaúchos”, Editados pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa do RS. Ambos os documentos estão à disposição no Memorial da Aepan-ONG para consultas.

BR 386


BR 386 – Estrada da Produção


A BR-386, é uma rodovia federal brasileira (diagonal) que liga a região metropolitana de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, com o município de Iraí, a noroeste, totalizando 445 quilometros de estrada.
Era conhecida também como estrada da produção ou ainda Rodovia Presidente Kennedy, por onde escoa boa parte da safra agrícola do Rio Grande do Sul, faz a ligação entre as principais regiões do centro do Estado, como a Rota do Sol, que liga o Vale do Taquari a partir do trevo de Estrela com Serra gaúcha. A estrada ainda faz conexão com o Planalto Médio, Alto Uruguai e com o porto de Rio Grande. Constitui um acesso para a Argentina através de sua interligação com a BR-285. Em Canoas interliga-se ao Mercosul pela BR-116 e BR-290, e através destas mesmas rodovias, se interliga com os demais estados brasileiros.
O trecho de Estrela foi asfaltado em 1967, pela Construtora Sultepa, que tinha seu acampamento próximo ao Posto Ipiranga no bairro Pinheiros. O projeto original de construção da rodovia BR 386 estima-se ser de 1955, mas fez parte do Plano Rodoviário Nacional iniciado na década de 1960, principalmente a partir dos governos militares. Esse plano viário compreende cinco tipos de rodovias, identificados pelas letras “BR” seguidas de um número. A BR 386 é uma Rodovia Diagonal que é a denominação recebida pelas
rodovias federais brasileiras que cruzam o país em dois modos de orientação: noroeste-sudeste ou nordeste-sudoeste. Existem ainda as rodovias Radiais (BR 20...) – Longitudinais (BR 101...), Tranversais (BR 230...) e de ligação (BR 482...). O Brasil Construiu em duas décadas (1960 e 1970) a segunda maior malha rodoviária do mundo, inferior apenas a dos Estados Unidos.
A pavimentação da BR 386 exigiu cuidadosos estudos sobre a constituição geológica do sub-leito e o dimensionamento do pavimento, tendo em vista as características do terreno e a intensidade do tráfego pesado que a estrada deveria suportar como uma das principais do Estado. Foi Planejada pelo DAER, traçada para atender a um fluxo diário de três mil (3.000) veículos/dia. Sua construção mobilizou um maquinário de grande porte, assim como representou uma preciosa oportunidade de profissionalização da mão de obra empregada. A partir de 1968, muitos profissionais de Estrela que iniciaram atividades na Sultepa, na época da construção do trecho no município, foram transferidos para Soledade, outro trecho da BR 386 sob responsabilidade da construtora.
Na BR 386, entre Estrela e Lajeado, situa-se a ponte sobre o Rio Taquari, inaugurada em 20 de setembro de 1962 construída pelo governador Leonel de Moura Brizola (1959-1963). No dia 26 de junho de 1994, a ponte foi interditada por apresentar problemas em sua estrutura. Para amenizar os problemas gerados com a interdição foi montada pelo 3º Batalhão de Engenharia de Combate do Exército uma ponte "Bailey Dupla-Dupla", que permitiu a passagem de veículos leves (até 01 tonelada) em mão única. Além disso, foram colocadas duas barcas que permitiram a travessia diária de aproximadamente 1000 caminhões e ônibus. Entretanto, devido a essa interrupção da ponte um grande número de caminhões e ônibus passaram a ser desviados da rodovia BR - 386 para rodovia RS -130. A partir de 1994 foram intensificadas as obras para duplicação do trecho Lajeado e Estrela incluindo a construção de uma nova ponte.
Em 2007 a BR-386 é responsável pelo escoamento de 6,4% de toda a exportação do Estado. Além disso, existe um intenso fluxo de veículos de passeio, ônibus e tráfego pesado de carga também em função do Vale do Taquari dispor de malhas ferroviária e hidroviária, com navegabilidade desde o Porto de Estrela até o porto de Rio Grande. A rodovia federal é de fundamental importância para economia de toda região, grande produtora de alimentos, com PIB superior a R$ 4,6 bilhões, com destaque para elevada geração de tributos e recolhimento de encargos sociais. A população é de aproximadamente 350 mil pessoas.
Segundo Pesquisa Rodoviária CNT – Confederação Nacional dos Transportes: O melhor trecho, segundo as classificações de geometria, pavimentação e Sinalização: fica entre os municípios Lajeado e Estrela, do quilômetro 344 ao 350 da BR-386, no Estado do RS. E o pior trecho fica entre os municípios Triunfo e Canoas, do quilômetro 401 ao 446 da BR-386, no Estado do RS.
Duplicação da BR 386
O Vale do Taquari entrou na briga pela obra de duplicação da principal rodovia de escoamento da produção, a BR-386. A campanha é denominada – “Duplique esta idéia”, que busca junto ao Governo Federal o alargamento de um trecho de 33 quilômetros entre os municípios de Estrela e Tabaí.Atualmente, apenas dois trechos da rodovia federal - de Lajeado a Estrela e de Triunfo a Canoas - são duplicados.
As obras terão início em 2008
O início das obras para duplicação da BR-386 deve ocorrer no segundo semestre de 2008. Foi o que anunciou o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) em reunião da Comissão Pró-Duplicação da BR-386. Conforme o deputado da bancada gaúcha em Brasília, no final de 2007 e início de 2008 devem iniciar os trabalhos de licenciamento ambiental e projetos de engenharia. O processo licitatório deverá ocorrer em março de 2008, levando cerca de três meses para ser concluído. “No conjunto de obras relacionadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, a duplicação da BR-386 é uma das contempladas, considerando sua importância econômica para a região na movimentação de riquezas. A estimativa é de que sejam investidos na obra cerca de R$ 80 milhões, 100% provenientes do Governo Federal. Iniciando no segundo semestre de 2008, a previsão é de que esteja concluída no final de 2009”.

Nova denominação:
Logo após a morte do líder trabalhista, o deputado federal Enio Bacci (PDT), apresentou projeto de Lei denominando a BR 386 de Rodovia Leonel de Moura Brizola. No dia 20 de dezembro de 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 11.620/07, oficializando a nova denominação no trecho compreendido entre Canoas e Irai.


Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Referências: Cetran-RS, Univates, CNT - Confederação Nacional dos Transportes e Geografia do Brasil – de Marcos Amorim Coelho.
Imagens do arquivo da Aepan-ONG
Matéria divulgada no Jornal Folha de Estrela – Histórias da Nossa História

Presidente Ernesto Geisel


Antes de morrer, Geisel falou da família
e sua relação com Estrela

Ernesto Geisel concedeu longa entrevista a Fundação Getúlio Vargas, em diversas sessões, num total de 33 horas de gravação e 800 páginas de transcrição. Tudo foi revisto duas vezes, pelo ex-presidente, antes da autorização para publicação após sua morte, que ocorreu em 12 de setembro de 1996. A primeira edição do livro é de 1997.

Na entrevista Geisel relata que seu pai, Augusto Guilherme Geisel, nascido em Efborn, na Alemanha, veio para o Brasil com 16 anos de idade. O grave problema da mão-de-obra no Brasil com a pressão para libertação dos escravos exigia braços fortes para o trabalho na agricultura e ocupação do território. Na Alemanha o aumento demográfico e a unificação do país sob a coroa da Prússia e a conseqüente militarização foram fatores que estimularam a migração para países da América.

Foi nesse quadro, e talvez movido pelo espírito de aventura e perspectivas de novas oportunidades que o pai do ex-presidente migrou para o Rio Grande do Sul. Chegou em 1883 e foi inicialmente para Venâncio Aires. Em seguida veio para Estrela, onde foi trabalhar numa fundição que fazia facas e ferramentas agrícolas. Seu pai, desde que chegou estudou o português. Tinha uma boa base cultural, estudara o latim e francês. Geisel disse que no final do expediente, enquanto os demais empregados iam para o botequim, seu pai aproveitava o tempo para ler o jornal de Porto Alegre auxiliado por um dicionário. Poucos anos depois fez concurso para professor. Aprovado foi lecionar no interior do município de Estrela, na picada de Novo Paraíso. Nessa época o pai de Geisel conheceu seu futuro sogro, Henrique Beckmann e sua esposa Guilhermina wiebusch. O casal também era emigrante da Alemanha, vindos de Osnabruck, Hanover, moravam em Estrela, picada de Boa Vista.

Seu avô materno era médico, único da região... Além disso, era pastor luterano. Segundo o General, a vida era muito trabalhosa, e as nove filhas e um filho do casal além de estudar trabalhavam na roça e ordenhavam vacas. Seu pai se enamorou da filha mais velha, Lydia nascida em 20 de novembro de 1880. Casaram em 23 de julho de 1899 e foram morar junto à escola de Novo Paraíso onde nasceram os irmãos do ex-presidente (Amália, Bernardo e Henrique).

Do interior (Novo Paraíso), seu pai veio para o centro da cidade de Estrela, quando adquiriu o cartório civil e crime, do qual se tornou escrivão. Aí também nasceu o irmão Orlando que depois viria a ocupar o importante cargo de Ministro do Exército. Por razões da saúde dos filhos, sempre doentes, a família do ex-presidente mudou-se para Bento Gonçalves. Geisel afirmou que naquele tempo, o transporte era de carroça ou a cavalo, não havia trem nem automóvel. Não lembrava bem, mas em fins de 1906 ou início de 1907, a viagem foi feita, levando dois dias. “A mãe estava grávida de mim, e não teve conforto na viagem”, lamentou. Alguns meses depois nasceu Ernesto Geisel, o caçula da família, em 3 de agosto de 1907.

Geisel falou mais de Estrela... Nas férias escolares, e mesmo mais adiante, quando era maior, juntamente com os irmãos passeávamos nos parentes em Estrela. Os avós moravam no interior, bastante liberdade com cavalos, roça e essas coisas do interior, comentou. Visitávamos a família, as tias nas vizinhanças. Íamos visitá-las a cavalo, falou com saudades.

Mais adiante o ex-presidente relata seu casamento em 10 de janeiro de 1940. Estava esperando que Lucy, sua prima-irmã crescesse. Comentou sobre seu namoro com Lucy, que foi sério, e com as melhores das intenções, para chegar ao casamento. As liberdades não passavam de beijos. Conduta correta, segundo Ernesto Geisel que cassou com 32 anos e Lucy com 22 anos de idade. A mãe de Lucy era Joana, também tia madrinha do ex-presidente e o pai Augusto Frederico Markus, comerciante, político e ex-prefeito de Estrela (1928 – 1930, 1930 – 1934 e de julho a novembro de 1945). O casamento foi em Estrela, quando Geisel esteve de férias no Rio Grande do Sul. Foi simples porque na antevéspera havia falecido uma prima. De manhã no civil e tarde no religioso, na igreja luterana. Após o almoço familiar o casal foi para Porto Alegre. Depois de alguns dias viajaram de vapor para o Rio de Janeiro onde foram morar numa pensão, na rua Conde de Bom-Fim. Em seguida alugaram uma casa no Realengo. Em novembro de 1940, nasce o filho Orlando no Rio de Janeiro. Em janeiro de 1945 nasce a filha Amália Lucy em Estrela. Geisel veio a Estrela durante exercício de Presidente do Brasil, em 1975 para uma visita incluindo no roteiro diversas empresas e depois em 1977 para o enterro do sogro Augusto Frederico Markus, no Cemitério Evangélico. E assim por diante... Histórias marcantes, daquele que foi uma das figuras expoentes da história do Brasil no século XX, junto com Getúlio Vargas e JK.

Sugestão:
Livro: “Ernesto Geisel”, que resultou de um depoimento prestado pelo General Ernesto Geisel, ex-presidente do Brasil (1974 – 1979), ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas. Simplesmente imperdível... “Boa Leitura”.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Ambientalista Aepan-ONG

Estrela-RS - Índice de Desenvolvimento Humano


Estrela-RS - 1990 - 2000
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de países, estados e municípios, utilizando como critérios indicadores de longevidade (esperança de vida ao nascer), renda (PIB per capita) e educação (taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais e taxa de matrícula bruta nos três níveis de ensino fundamental, médio ou superior).
O IDH varia de zero (0) (com nenhum desenvolvimento humano) até um (1) (com desenvolvimento humano total). Países, estados ou municípios com IDH de zero até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo. Índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano. Com IDH superior de 0,800 até (1) têm desenvolvimento humano considerado alto.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (ou PNUD) é o organismo internacional responsável, ou seja, a entidade das Nações Unidas, que tem por mandato promover o desenvolvimento e eliminar a pobreza no mundo. Entre outras atividades, o PNUD produz relatórios e estudos sobre o desenvolvimento humano sustentável e as condições de vida das populações, bem como executa projetos que contribuam para melhorar essas condições de vida, nos países onde possui representação. É conhecido por elaborar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), bem como por ser o organismo internacional que coordena o trabalho das demais agências, fundos e programas das Nações Unidas - conjuntamente conhecidas como Sistema ONU- nos países onde está presente.
Entre 1990 a 2000, período em que houve significativo avanço no Índice de Desenvolvimento Humano em Estrela, o município teve um crescimento na taxa de urbanização de 7,79%, passando de 76,84% em 1991 para 82,83% em 2000. Neste período a taxa de mortalidade infantil até um ano de idade, caiu em 31,13%, passando de 19,08 (para mil nascidos vivos) em 1991, para 13,14 (para mil nascidos vivos) em 2000.
A renda per capita do município cresceu 31,19%, passando de R$ 253,67 em 1991 para R$ 332,79 em 2000. A pobreza medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente a metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000, diminuiu em 30,48%, passando de 16,1% em 1991 para 11,2% em 2000.
No período entre 1991 e 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Estrela cresceu 7,52%, passando de 0,771 em 1991 para 0,829 em 2000. O que mais contribuiu para este crescimento foi a educação, com 37,1%, Longevidade com 37,1% e renda com 25,7%. A distância para o desenvolvimento humano absoluto foi reduzido em 25,3%.

Segundo a classificação do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o município de Estrela, em 2000, ficou classificado como de alto desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8). Em relação aos municípios brasileiros, Estrela ficou em 136ª posição, e com municípios do Rio Grande do Sul ficou em 49ª posição.
Em Estrela foi apurada uma população de 29.071 habitantes, no Censo da Contagem Populacional em 2007 (IBGE), numa área de 195 km² com densidade demográfica de 149,1 habitantes/km².

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – Acervo da Aepan-ONG para pesquisas, contendo IDH de todos municípios brasileiros, micro-regiões estaduais, estados, regiões brasileiras, tabelas e comparativos. Matéria divulgada no Jornal Folha de Estrela.

Estrela-RS - ABCS


ABCS – Associação Brasileira dos Criadores de Suínos
Desafios transformados em oportunidades

Localizada no Parque 20 de maio em Estrela-RS, a ABCS foi fundada em 13 de novembro de 1955 e reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio pela Portaria nº 1.304 de 21 de dezembro de 1956. A Associação tem por finalidade congregar os criadores de suínos de todo o país, e promover o melhoramento sistemático zootécnico dos rebanhos, mantendo registro genealógico de todos os suínos do Brasil. A ABCS teve grande incentivo do prefeito Adão Henrique Fett (1952-1955 e 1964-1968), fato reconhecido no histórico da entidade, em matéria de revista especializada do setor.

Já em 1958 se realizava em Estrela a primeira Exposição Nacional de Suínos e a II Távola Redonda dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, de 15 a 17 de novembro. O prefeito Municipal Aloysio Valentim Schwertner (1956-1959) afirmou naquela época que o evento seria um marco indelével na memória e no pensamento de todos criadores de suínos, como um motivo de progresso e desenvolvimento da suinocultura riograndense e brasileira.

José Adão Braun ( ex-vereador e Cidadão Estrelense) que foi presidente da ABCS (1999-2005) lembra em matéria da revista “pork word” que trás um especial dos 50 anos da ABCS, em 2005, que a suinocultura da década de 50 era voltada para o mercado interno, principalmente para região Sudeste. Basicamente carcaça e banha. Naquela época os suinocultores eram chamados de safristas. Com o surgimento da ABCS, uma nova fase é inaugurada, onde os criadores estavam reunidos e representados politicamente e a Associação caminhava para profissionalização da produção. Segundo Braum, outro avanço significativo foi a construção da sede em Estrela, no Parque 20 de Maio em terreno doado pela prefeitura municipal.

Braum fala ainda sobre as décadas subseqüentes: se pudéssemos dar nomes às eras vividas pela suinocultura, as de 60 e 70 seriam chamadas “As décadas do melhoramento genético”, a de 80 seria conhecida como “Mercado e sanidade”, nos anos 90 a história seria “Migração, tecnificação, e busca do equilíbrio oferta X demanda”, e o século XXI chegou com o apelo “Pensar global e agir local: meio ambiente fator de sobrevivência”.

José Adão Braum que é Palestrante e Conferencista, participou de centenas de eventos ligados ao setor, tanto a nível nacional como internacional, lembrou das dificuldades da entrada dos óleos vegetais no mercado. Quando surgiram as grandes processadoras de oleaginosas, pressionando para colocar seus produtos nas gôndolas do comércio brasileiro, criando uma série de desvantagens em torno da banha suína. Por força do novo desafio, o setor teve que correr contra o tempo. A genética teve que produzir um animal conforme a nova exigência do consumidor, ou seja, um animal com mais massa muscular, mais carne e menos gordura. A agroindústria passou a exigir um animal com 70% de traseiro e 30% de dianteiro. A camada de gordura que era de 60 a 70 mm e apenas de 16 de proteína, na década de 60, caiu para 28 a 30 mm na década de 80 e hoje é de apenas 8 a 10 mm com 26% o nível de proteína na carne do suíno.

Hoje, a moderna suinocultura industrial brasileira é um dos setores mais dinâmicos da nossa produção animal, com tecnologia padrão mundial e a ABCS está presente na construção dessa história.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte de dados: “pork world – A História da Suinocultura Brasileira - Especial 50 anos da ABCS” e “Especial sobre o município de Estrela 1958” ( Os dois documentos constam no Acervo da Aepan-ONG). Imagens: Acervo Aepan-ONG.