Construção do Cristo Rei - 1950
Antônio Calça, atualmente com 83 anos de idade chegou a Estrela exatamente quando iniciaram as obras de construção do Colégio Cristo Rei - Educandário marista em Estrela, cuja pedra fundamental foi lançada em 22 de outubro de 1950. A planta é de autoria de Herbert Persson.
Antônio Calça, atualmente com 83 anos de idade chegou a Estrela exatamente quando iniciaram as obras de construção do Colégio Cristo Rei - Educandário marista em Estrela, cuja pedra fundamental foi lançada em 22 de outubro de 1950. A planta é de autoria de Herbert Persson.
Lembra que em torno de 40 trabalhadores ergueram o colégio. A massa e concreto eram feitas à pá. Arreia e tijolos chegavam por carroça ou num caminhão pequeno. No concreto foi utilizado cascalho do Rio Taquari. No final as janelas ficaram pequenas e tiveram que abrir um pouco mais para melhor ventilação nas salas de aula.
A construção da estátua do Cristo Rei iniciou quando o colégio estava quase pronto. O Sr. Antônio foi escalado pelo Irmão Valério (Marista) como pedreiro para auxiliar nas obras de construção do Cristo. Antônio Calça convidou o auxiliar Manoel do bairro Moinhos para colaborar na produção de massa.
O escultor do Cristo era italiano e chegou a Estrela com sua esposa. O Sr. Antônio não lembra de seus nomes.
As obras de construção não foram fáceis. Inicialmente foi erguida uma camada de tijolos, e por sobre os tijolos foi posto massa de cimento forte 2/1. Antes de secar a massa o escultor italiano foi moldando-a e transformando em traços do corpo e cabeça do Cristo. Para moldar o cimento o escultor utilizava como ferramentas pequenos instrumentos de ferro com diversos formatos os quais ia riscando a massa de cimento colocada sobre os tijolos.
Nos braços e nas mãos do Cristo não há tijolos. A massa de cimento foi aplicada sobre uma tela de ferro e moldada.
Depois que o Cristo ficou pronto, foi construída a escada que consta em seu interior. Antônio Calça lembra que as dificuldades foram muitas. Tiveram que confeccionar primeiro um molde de madeira sobre o qual depois foi edificada a escada que dá acesso à parte superior do Cristo.
Os trabalhos de construção levaram em torno de quatro meses. Antônio Calça disse ainda que o escultor era muito bom profissional e que a esposa do mesmo também colaborou.
Quando da conclusão das obras de construção do Cristo, foi servido um almoço antes da partida do escultor.
O Sr. Antônio disse não acreditar em grandes dificuldades para reformar a cabeça do Cristo Rei que foi atingida por um raio. Afirmou que um bom escultor até mesmo do município pode fazer o trabalho.
Mais tarde o Sr. Antônio Calça construiu também a gruta que se encontra no pátio do educandário, hoje Vidal de Negreiros.
Agradecemos a gentileza do Sr. Antônio pelas informações importantes que fazem parte da memória viva da cidade.
Hoje no local funciona a Escola Estadual de Educaçao Básica Vidal de Negreiros. Em 1980, a então Diretora Arlete Maria Schauenberg empenhou-se para obter um prédio que comportasse a demanda maior de alunos. Assim, já em 1° de outubro de 1980, conforme Ata nº 01/80 do Livro Atos Solenes da Escola, ocorreu a instalação oficial da Escola no prédio onde funcionava o histórico Ginásio Cristo Rei, na Rua Júlio de Castilhos, nº 1204.
Texto: Airton Engster dos SantosImagens: Jorge Scherer
5 comentários:
Meu prezado Airton,
Estudei no Cristo Rei de 1957 a 1961, quando formei-me como ginasiano,já prestes a completar 17 anos. Não era tão jovem assim, e, hoje, com 71 anos, sou velho há bastante tempo. Ainda retinem em minha memória, e são partes perenes de minhas lembranças, as exortações que faziam os professores, todos maristas, para que andássemos pelo bom caminho traçado por Cristo, para que, em tudo, e por tudo, fôssemos virtuosos. E não nos ensinavam apenas teoria, os conselhos, as exortações vinham sempre ilustrados com exemplos de vidas humanas pautadas no senso do que era dever e obrigação e todo ser humano cumprir nesta curta vida terrena.
Hoje, aos 71 anos, não posso dizer, como o disse São Paulo: "combati ou bom combate". Mas, talvez, possa dizer que, sob os influxos dos ensinamentos hauridos do Colégio Marista Cristo Rei de Estrela,enfrentei esses combates, dos quais saí-me muitas vezes, derrotado, mas em algumas vencedor.
Fui interno por 2 anos nos idos de 1966
Estudei 5 anos como interno no colégio. Eu era juvenista. Na epoca de 62 à 67. Escola espetacular. Muitos amigos. Meu nome Elias da Luz Ferreira.
Eu sou Aires Andreolla, estudei no Cristo Rei em 1969 e 70, como interno e na época o Diretor era Irmão Lauro e depois Antônio Bortolini. Nessa época eu estava com l7 anos e entrei num belo conflito vocacional. Assim como o raio caiu na cabeço da estátua do Cristo, a minha cabeça foi flechada pelo "Cupido" e de dia, a minha razão se dedicava à vocação religiosa e à noite, o meu emocional se ocupava com o intenso e doentio amor platônico. Tinha que disfarçar bem, porque os maristas iam me mandar embora se soubessem dos meus sentimentos amorosos.
Em 70 eu cuidava da biblioteca, lia muito, principalmente a literatura grega e me encantava com aquelas belas e divinas deusas mitológicas e me empurravam para a minha "deusinha", nascida na minha terra natal, no antigo distrito de "Canhada Funda", hoje Santo do Palma - RS.
Hoje estou com 71 anos e a 44 anos casado com aquela mesma "deusinha" e tenho o mesmo sentimento de amor por ela, porém agora não é mais "platônico", mas é melhor porque é real.
O que era o ginásio antigamente
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