Hospital Estrela



A Construção do Hospital Estrela-RS


Versão descrita na Poliantéia Comemorativa do 75º Aniversário da Chegada das Irmãs Franciscanas ao Rio Grande do Sul - 1872-1947 – Documento do Acervo da Aepan-ONG.

Texto na Integra:

Com toda a razão afiguram-se-nos muito amigos Santo Antônio e Santa Teresinha, já que ambos dedicaram intenso amor ao querido Menino Jesus.

Santo Antônio, zeloso Padroeiro de Estrela, vendo a miséria em que jaziam os pobres doentes por falta de um hospital provavelmente dirigira-se a Santa Teresinha, pedindo fosse a sua auxiliar, a que Santa Teresinha prontamente anuiu.

Para ter-se a idéia da necessidade urgente de um hospital, abria-se a crônica, onde se lê que uma menina interna, atacada de apendicite teve de ser operada na lavanderia do Colégio Santo Antônio. Três imãs depois de operadas foram transportadas em padiola para casa. Pessoas vindas do interior eram tratadas em hotel.

Há muito o povo estrelense, juntamente com o Rev. Padres Jesuítas da paróquia tinham se dirigido a superioras das Franciscanas, pedindo irmãs para um hospital. O Revmo.p. Hilleshein, sucessor dos Jesuítas, renovou o pedido.

Formou-se então uma comissão de pessoas representativas da Vila que, com grande interesse, se dedicaram à realização do plano. Doaram um terreno no valor de Cr$ 18.000,00, situado em lugar aprazível. Também o Governo Municipal auxiliou generosamente essa obra importantíssima.

Grande foi o contentamento do povo, quando viu coroados seus esforços e elevar-se a construção tão sonhada, que ficou concluída em princípio de 1929. O novo hospital corresponde às exigências da higiene moderna. Em fevereiro vieram as primeiras irmãs, destinadas a formar uma nova comunidade, sendo que nos primeiros meses moraram no Colégio Santo Antônio.

No dia 12 de abril, pela primeira vez, celebrou-se o grande mistério do Sacrifício da Cruz na capelinha.

Com que prazer os habitantes da Vila e arredores se prepararam para festa de inauguração que se realizou num domingo ensolarado de 14 de abril. Todos de alguma forma tinham colaborado com suas posses, como diziam com justo orgulho, “O Nosso Hospital”.

Concluída a Santa Missa, o povo em massa, dirigiu-se jubiloso para o hospital e ouviu os discursos no balcão adjacente. Depois de abertas as portas, tiveram o prazer de admirar as instalações.

Uma quermesse organizada no mesmo lugar produziu ainda bom lucro em benefício da nova casa de caridade.

Santa Teresinha, padroeira do Hospital Estrelense, fez timbre de sua proteção. Continuamente derrama rosas de graças sobre sua casa.

Em 1933, colocou-se-lhe ao lado a grande Santa Isabel, eleita Padroeira do Isolamento.

O número de doentes que procuram alívio neste estabelecimento aumenta de ano a ano. Acusava a crônica inicialmente, um movimento de 400 a 500 doentes por ano, número que presentemente (1947) se elevou a 1.000.

Grande consolação para as irmãs é as graças que Deus derrama sobre as almas dos enfermos.

Muitíssimos voltam para suas casas não só curados corporalmente, mas também com a alma regenerada, dispostos a servir a Deus. Quantos pecadores acharam na última hora, o caminho para o salvador, seu único e verdadeiro bem.


Pesquisa: Airton Engster dos Santos

Matéria divulgada no Jornal Folha de Estrela

Coluna: Histórias da Nossa História



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