Sedesth
Projovem foca a convivência para estimular cidadania em adolescentes
Em um espaço de participação social que eles utilizam para trocar ideias e pensar a comunidade onde eles vivem, jovens são estimulados a construir a cidadania: é o Projovem
A música como um instrumento de cidadania, assim como o esporte e o diálogo. Conversar sobre o bairro e os cachorros de rua está valendo em uma rodinha de adolescentes que tem entre 12 e 17 anos. É o Projovem, um espaço de participação social que os adolescentes têm para trocar ideias, pensar alternativas para exercer atos civis e meditar sobre direitos e deveres. Em Estrela, há dois locais com esse mesmo objetivo: o Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Casa da Cidadania, no Loteamento Marmitt e o Cras Imigrantes. “O Projovem é um espaço de construção de cidadania por meio de atividades que os adolescentes fazem de acordo com sua idade e interesse”, enfatiza a assistente social Adriane Mallmann, da Casa da Cidadania. Quinzenalmente, os jovens se reúnem ali para cantar, praticar atividades físicas ou debater temas que julguem interessantes. “As atividades feitas são no sentido de refletir sobre a vida, estimular a crítica. Fazê-los pensar sobre o meio ambiente, prevenir a drogadição”, salienta a orientadora social Renata Klafke.
A interação com outros grupos também é importante. Levá-los às escolas infantis ou a abrigos para conviver com crianças ou idosos é parte salutar do processo de convivência já que o programa preconiza o fortalecimento de vínculos.
Para Renata, esse estreitamento importa nessa idade porque ameniza conflitos que surgem na adolescência. “A própria passagem para a vida adulta é complicada. É intrínseco do jovem. Pensamos que fortalecendo a convivência o jovem possa ter um amadurecimento positivo, se tornar um cidadão estruturado e se tornar participativo na comunidade.”
Música
A música é uma das bandeiras levantadas pelo Projovem. Ouvir cadências e vinculá-las ao processo é um instrumento transformador. O orientador social e instrutor musical Glauco Rodrigues costuma se referir ao “ritmo da cidadania”. Os orientadores abordam canções que reflitam sobre o cotidiano da comunidade e induzem à crítica musical. As letras são escolhidas com cuidado porque é preciso que gerem meditação acerca da temática. A música é uma linguagem de fácil acesso aos jovens. Uma ferramenta que eles conhecem e se encantam e por isso “puxa” adolescentes.
Dentro do Cras, o projeto que ensina jovens a pensar por meio da música, do esporte e do diálogo, também ajuda a tornar adolescentes potenciais multiplicadores de bons exemplos. “O projeto acontece aqui, mas acreditamos que esses jovens possam influenciar outras pessoas, na sua casa ou na própria escola”, acentua Renata.
Mateus do Prado Bueno (12) esta freqüentando o projeto pela segunda vez. Para ele, tudo é novidade. Ele diz que o que mais o atrai é a música. “O professor canta músicas novas que eu não conheço. É legal.” O orientador procura trabalhar todos os estilos musicais, com conteúdos significativos no ritmo da cidadania. Dá certo.
Texto e fotos: Andreia Rabaiolli
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