Prédio construído pelo Dr. Schlatter em 1905 em Estrela-RS
Dr. Gabriel Schlatter
Uma Escola de Parteiras
No início do século xx existia um grave problema de saúde pública no Rio Grande do Sul. Alta mortalidade das parturientes e dos recém-nascidos, por má instrução dos assistentes de partos.
Percebendo as dificuldades, o Dr. Gabriel Schlatter criou em Estrela a primeira escola de parteiras do Estado, no prédio histórico construído em 1905. O Castelinho onde hoje funciona a SEDESTH – Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação.
Ensinava seus conhecimentos com ajuda de um simulacro da pelve feminina por ele idealizado que chamava de Phantom, e de um esqueleto importado da França. Ambas as peças se encontram expostas no MUHM – Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul.
Schlatter formou dezenas de parteiras que se espalharam pelo Rio Grande do Sul, e tinham compromisso de difundir os conhecimentos adquiridos.
Gabriel Schlatter nasceu em Lahnbach, no Tirol Austríaco. Após falecimento do pai, a família mudou-se para aldeia de Zams, a 80 km de Innsbruck.
Teve infância pobre. Foi pastor de ovelhas e cabras, sapateiro, operário de estrada, servente e coroinha de hospital
Pois foi no sótão do Hospital St. Vinzenz, no Vale do Rio Inn, que encontrou livros sobre medicina e passou a lê-los.
Nesta época já auxiliava o médico do hospital na dissecção de cadáveres na procura da causa-mortis.
Depois que saiu do hospital, vagou pelo Vale do Rio Inn. Em suas andanças adquiriu novo conjunto de livros nos quais estudou especialmente sobre cirurgias.
Quando chegou ao Brasil em março de 1898, tinha 33 anos e já era diplomado pela Associação dos Médicos Naturalistas da Alemanha. Registrou seu diploma na Diretoria Estadual de Higiene, obtendo licença para exercer sua profissão no RS.
Veio inicialmente para Lajeado, depois Estrela, São Sebastião do Cai e Feliz onde construiu um hospital.
Dr. Schlatter casou em 1899 com Anne Maria Meurer. O casal teve 4 filhos, 7 netos, 23 bisnetos e 23 tataranetos.
Faleceu em outubro de 1947. Sua obra ficará indelevelmente gravada na medicina do RS no século XX.
Para saber mais sobre Dr. Schlatter, sugerimos leitura do livro: Doktors – Contos de Memória - de Claus Michael Preger. Uma obra que resgata a história de médicos alemães, austríacos e húngaros no Rio Grande do Sul durante o século XX.
Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Molde pelo qual Dr. Schlatter ensinava parteiras
Escola de Parteiras
Esqueleto que Dr. Sclatter trouxe da França
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