Fachadas – Antigo Cine Guarany
O antigo Cine Guarany funcionou no prédio da Rua Marechal Floriano, 226 (foto), construído especialmente para este fim no ano de 1952, até 1980, quando encerrou suas atividades cinematográficas.
Mas a história do Cinema em Estrela começa bem antes. O Regional, jornal do início do século XX, cita uma série de filmes de arte que seriam exibidos em 1912, no Cinema Hirtz que funcionava na Villa, junto à Praça Benjamin Constant (atual Praça Menna Barreto no Centro de Estrela). O estabelecimento era dirigido por Albino Bohrer.
O Jornal O Paladino de 1921 trata do Cinema Estrelense não existindo registro sobre a data em que iniciou suas atividades.
Ainda do Jornal O Paladino de 1926 – cita sete belíssimos filmes exibidos no Cinema, da Empresa Ruschel & Müssnich que se identificava também como Cine Estrelense.
Dentro da programação do Centenário da Independência do Brasil, houve Cinema ao ar livre, em frente do prédio da Prefeitura Municipal. Os filmes foram apresentados nos dias 7,8 e 9 de setembro de 1822: Cartucho sem bala, O Índio Correio, Fogo de Palha, A Âncora de Salvação, Hotel de Billie. Jogando um Trunfo, O Cavaleiro Audaz, e Papai Folgazão.
Em 1929, a Sociedade Ginástica comprou de Ruschel & Müssnich o maquinário do Cine Estrelense. As exibições dos filmes já eram feitas nas dependências da SOGES.
Conforme Jornal O Paladino de 1931, Alberto Dexheimer, presidente da SOGES, viajou para Porto Alegre, a fim de adquirir o aparelho sonoro de cinema. O equipamento foi instalado e inaugurado no mesmo ano, com a projeção dos filmes Piratas de Meia Cara e Ébrios de Amor.
O Cine Guarany, se estabeleceu em Estrela em 1934. Funcionava nas dependências da SOGES. Seu fundador e primeiro proprietário foi Reinhardo Miguel Forster.
Em maio de 1942, o Cine Guarany exibiu o filme Warner Frothers, cuja renda de bilheteria foi doada para o Aero Clube do Alto Taquari.
Em 1950, assumia a direção do Cine Guarany o Sr. Ivo Bergesch que, em 1952, inaugurava um prédio moderno, com equipamentos importados da Alemanha. A sessão inaugural aconteceu em 13 de setembro com o filme Ave do Paraíso.
Um dos primeiros filmes depois da inauguração das novas instalações do Cine Guarany foi O Cangaceiro em 1953, do notável artista estrelense, Alberto Ruschel. O bando de cangaceiros do capitão Gaudino (Milton Ribeiro) semeia o terror pela caatinga nordestina. É neste contexto que a professora Maria Clódia (Vanja Orico), raptada durante um assalto do grupo, se apaixona pelo pacífico Teodoro (Alberto Ruschel). O forte amor entre os dois gera grande conflito no bando.
Muitos ainda lembram de clássicos do cinema que foram exibidos na telona em Estrela, como – O Tubarão em 1975 - Um terrível ataque a banhistas é o sinal de que a praia da pequena cidade de Amity virou refeitório de um gigantesco tubarão branco, que começa a se alimentar dos turistas. Embora o prefeito queira esconder os fatos da mídia, o xerife local (Roy Scheider) pede ajuda a um ictiologista (Richard Dreyfuss) e a um pescador veterano (Robert Shaw) para caçar o animal. Mas a missão vai ser mais complicada do que eles imaginavam. Fez tremer a platéia do Cine Guarany.
Outro campeão de bilheteria exibido no antigo cinema foi Embalos de Sábado a Noite em 1977 - Tony Manero (John Travolta), um jovem do Brooklyn e um excelente dançarino de disco music, só encontra significado na vida quando dança, pois passar a semana trabalhando em uma loja de tintas não o gratifica de forma nenhuma. Assim ele se perfuma, se veste de um jeito fashion e vai para a discoteca no final de semana. Sob a influência de seu irmão, um padre frustrado, e de Stephanie (Karen Lynn Gorney), sua parceira de dança, começa a questionar a maneira como encara a vida e a limitação de suas perspectivas. Paralelamente Tony vive uma crise amorosa, enquanto se prepara para participar de um concurso em uma discoteca. Causou frenesi na galera em Estrela.
O Cine Guarany fechou suas portas em agosto de 1980. Foi transformado em loja. Hoje, abriga a Guarany Vídeo e Bazar, nome mantido por Cristofer Bergesch.
Para mais informações sobre a história do cinema em Estrela, recomendamos o livro “Estrela – Ontem e Hoje” do professor, escritor e pesquisador, José Alfredo Schierholt.
Texto – Airton Engster dos Santos
Publicado no Jornal Folha de Estrela
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