Airton Engster dos Santos, Colunista do NG Luiz Carlos Freitag
e Igor Roberto Biberg
Airton Engster dos Santos, colunista do NG Luiz Carlos Freitag
e Pierre Lawall
Airton Engster dos Santos e colunista do NG - Luiz Carlos Freitag
Rádio Studio FM - com aprticipação do Colunista do Jornal Nova Geração - Luiz Carlos Freitag - Em pauta os 50 Anos do NG comemorado com a edição de uma revista.... Estrela - Anuário - 2015-2016
A História do Nova Geração:
Nova Geração - Nome de uma rua em Estrela, cf Lei nº 1.725, de 19-10-1981. Paralela entre as Ruas Rádio Alto Taquari e Gernot Costa, com duas quadras de extensão, liga a Rua Júlio Carlos Lohmann à Rua Oscar Leopoldo Kasper, no Bairro dos Pinheiros, distando duas quadras da BR 386.
Conforme o Professor José Alfredo Schierholt é uma homenagem ao jornal Nova Geração. Sua primeira edição surgiu em 13 de janeiro de 1966, como Órgão Semanal Independente da Juventude Estrelense, em tamanho ofício, com páginas mimeografadas, distribuição gratuita.
A primeira tiragem foi de 50 exemplares. No mesmo dia, foi feita uma segunda tiragem, de 200 exemplares. O cabeçalho do jornal e seu "expediente" estavam impressos, com a lista dos fundadores: João Batista de Queiroz, Adonis Valdir Fauth, Astor Francisco Hauschild, Rosemarie Neururer e Euds Pereira Furtado.
A partir da edição de n.º 15, de 1966, constou a nominata da direção: Roque Olavo Bracht, Adonis Valdir Fauth, Mário Miranda Ehlers, Paulo Renato Rücker, João Batista de Queiróz, e mais Paulo A. Gomes, na edição seguinte, bem como Danilo Luís Bersch, desde 20 de maio de 1966 e Adilson Fauth e Normélio David Eckert, desde 23 de julho de 1966.
Atuaram ainda Artêmio Portz, Antônio Luís Rücker e Bernardete Eckert Fauth.
Em 18 de agosto de 1969, o jornal registrado em Cartório, assinando como presidente Adonis Valdir Fauth, seu sócio diretor-gerente. Com 4 páginas, no primeiro ano, as edições semanais eram datilografadas e mimeografadas.
A partir do n.º 63, de 25 de março de 1967, com 8 páginas, o jornal foi impresso na gráfica de “O Paladino”.
No 7º aniversário, edição de 8 de janeiro de 1972, além dos pioneiros mencionados, o jornal lembrou ainda os nomes de Ati Azambuja, Érico Sauer, Milton Tenn-Pas e Eligius Hallmann.
Os que atuavam no jornal eram jovens, sem serem jornalistas profissionais. O jornal era feito num espírito totalmente amador, cada qual responsável por um setor, elaborando os textos depois do expediente de suas tarefas diárias, como bancários, professores, advogados.
O editorial era escrito pelo grupo, assinado por Todos Nós, como resultado de um consenso dos redatores presentes, opinando, efetivamente e corajosamente, sobre o que de mais importante acontecia em Estrela.
Segundo Schierholt, sem que o grupo conhecesse detalhes da lei e censura, no período revolucionário, deu o "furo" nacional, com a manchete Novo Presidente da República pode ser general ligado à Estrela. Nova Geração foi notícia nacional, citada na revista Visão, com uma concentração de repórteres e TV em Estrela. De fato, saiu a escolha do Gen. Ernesto Geisel. Fato ocorreu em 1973.
Oswaldo Carlos Van Leeuwen adquiriu, em 16 de abril de 1977, a propriedade do jornal. Por algum tempo, circulou duas vezes por semana. Integrando a Rede Vale de Comunicação Ltda. o Jornal Nova Geração se modernizou.
Depois de vários gerentes teve mais tarde a direção de Martin Augustin com os repórteres Jônatas dos Santos, Josué Felipe Garcia e Simone Jantsch, sendo Susiane Schneider representante comercial.
Em 2015 o Jornal Nova Geração foi adquirido pela jornalista Carine Scwingel circulando uma vez por semana nas sextas-feiras.
Palavra dos Fundadores do NG:
Fazer uma retrospectiva do Jornal Nova Geração que comemora 50 anos no dia 13 janeiro de 2016 não é tarefa fácil. Tivemos que nos valer dos arquivos do Memorial da Aepan-ONG. Lá encontramos um conjunto de artigos escritos pelos fundadores do NG entre agosto de 2005 e janeiro de 2006 quando o jornal comemorou 40 anos de existência. De forma didática e bem humorada os protagonistas relatam episódios da vida comunidade e desafios que foram superados na época da fundação. Relembram de personalidades e dificuldades técnicas. O grupo concordou na época em escrever algumas histórias que não foram poucas.
Adonis Fauth disse que na época em que o NG foi criado havia apenas outros dois jornais que circulavam nas regiões do Vale do Taquari e Rio Pardo – O Taquaryense e o Cazeta de Santa Cruz. Não havia tecnologia disponível, dinheiro e tão pouco mercado para um periódico em Estrela. Tudo isso representava desafios enormes, ainda mais para um grupo de jovens.
No começo dos anos 1960, em Estrela estava se formando uma nova turma, alguns estudando em Porto Alegre e outros chegando para trabalhar no município. Segundo Fauth “mente aberta, idéias e pensamentos novos”.
Estrela possuía o título de “Município mais alfabetizado do Brasil”, muito embora sem um jornal o que representava um contrasenso. O município de predominância germânica ainda sofria as conseqüências da 2ª Guerra Mundial terminada há 21 anos (1945). O Jornal foi fundado em 1966. Ainda havia divisão entre a comunidade católica e evangélica luterana. O negro não tinha vez. Uma ditadura militar havia se instalado no Brasil. Na política municipal se sucediam as eleições de Adão Henrique Fett e Bertholdo Gausmann – eram os anos 1960.
Esse, segundo Fauth era o ambiente enfrentado pelos jovens fundadores do NG: “Mudar era preciso – o mundo que aquela juventude projetava tinha que ser democrático”. E para fazê-lo tinha que ter um jornal, mesmo que pequeno – Assim os jovens criaram o Nova Geração.
Adonis Fauth – Juiz de Direito aposentado fala da Turma de 1965 que costumava se reunir no Bar Columbus ou do Von Mühlen, mais tarde ficou conhecido como Bar do Professor. Neste espaço Rudolfo Maria Rath o “Rumara” mantinha um jornalzinho de balcão com algumas folhas e que foi extinto em 1965.
Os jovens resolveram então criar um jornal que substituísse o trabalho de Rath. Com 20 páginas mimiografadas eram distribuídos em diversos pontos de Estrela – Bar do Professor; Abrigo Municipal; Praça Menna Barreto; Bar da Rodoviária; Posto Texaco, Agência Ford dos Killp; Bar Sport entre outros totalizando 20 locais.
Logo foi ampliado o número de páginas graças ao apoio de Armindo Müller. Ele colocou a disposição um mimeógrafo a álcool onde o Lions fazia seus trabalhos e seu escritório na Rua Pinheiro Machado. Helmuth Mallmann patrocinou integralmente a primeira edição em nome da Farmácia Buchmann.
O cabeçalho foi impresso na Tipografia “O Paladino”. O conteúdo foi datilografado em matrizes de mimeógrafo não podendo haver erros. Não tinha como corrigir, por isso o datilógrafo (em máquina de escrever, pois na época não existia computador) tinha que ser muito bom.
Na primeira página o editorial: Nova Geração: órgão semanal independente da Juventude Estrelense – Ano I – Estrela – 13 de janeiro de 1966. Fundadores: João B. Queiroz, Adonis V. Fauth, Astor F. Hauschild, Rosemarie Neururer e Euds Furtado. Assim nascia o jornal NG que comemora 50 Anos...Feliz Aniversário...
Euds Pereira Furtado em artigo no NG do dia 9 de setembro de 2005, sobre a história do semanário, afirma que de tanto os jovens irem ao Bar do Professor começaram a ser instigados com as provocações de Rudy Rath, pelo fato de Estrela não ter um jornal. As dificuldades eram muitas, mas o projeto do NG começava a nascer e foi em frente.
Euds lembra que antes do lançamento do NG foi feito uma campanha de marketing com sucesso absoluto, despertando a curiosidade da população. Foram colocados cartazes nas lojas, nos muros, nos postes, e qualquer lugar que não fosse proibido na época. Anunciando que uma novidade estava chegando. A maioria das pessoas soube do que se tratava quando saiu a primeira edição do NG.
Segundo Euds o grupo era “duro” estavam sempre na dependência dos patrocinadores. Era preciso pagar as contas, ressalta.
Partiram então para promoções de outros eventos, como campeonato de futebol de salão, boate para realizar festas, campeonato de vôlei nas margens do Rio Taquari. Mais tarde foi realizado o Concurso Rainha das Praias do Taquari, bailes de reveillon, baile do champanha etc. Euds lembra que numa promoção conjunta com a Rádio Alto Taquari deu prejuízo de praticamente um ano de circulação do NG. Mas o importante foi superar e seguir em frente.
Astor Hauschild em artigo no NG de 16 de setembro de 2005 lembra que a primeira edição do jornal foi um sucesso estrondoso. O publico não se contentava em ler: Surrupiava o folhetim do ponto fixo e levava para casa. Os primeiros números sumiam em poucas horas. Foram obrigados a aumentar a tiragem para satisfazer os interessados.
Hauschild afirmou que a partir daí os planos ficaram mais ambiciosos. Mas apesar do sucesso inicial, os desafios eram enormes. Os custos cresciam e exigiam receitas equivalentes. Neste momento só entusiasmo já não era é suficiente. O NG precisava de transpiração, suor para correr atrás do dinheiro e manter a idéia de pé.
Segundo Hauchild, com criatividade e ajuda de novos e abnegados colaboradores passa a vender assinaturas com entrega a domicílio, atrai novos anunciantes, angaria fundos em promoções e conseguiu dar um passo de gente grande. Pula do mimeógrafo para a linotipo e assumiu as feições de um verdadeiro jornal.
Adonis Fauth volta a falar da história do NG em artigo publicado em 23 de setembro de 2005. A redação era uma zorra total. O escritório não tinha mais do que 15 m² onde à noite, na véspera da edição, todos colaboradores pegavam juntos. Havia somente duas máquinas de escrever, uma para redação e outra para a matriz. Uma Lexikon 80 foi a primeira e caríssima aquisição do NG. Mais tarde foi adquirido um mimeógrafo. Então todos naquele espaço iam montando as edições do NG.
Fauth contou que entrando a madrugada o trabalho chegava ao final, a edição estava pronta. Era então grampeada, e saiam a distribuir o jornal pela cidade, cada um na sua região. Assim era feito o NG no seu primeiro ano, afirmou o fundador.
Já na edição do NG de 30 de setembro de 2005, Adonis Fauth conta que em 1967 o NG passou a ser impresso no “O Paladino”. Fotos somente podiam ser utilizadas através de clichê que era feito em Porto Alegre. O clichê era uma chapinha de metal com gravação da foto colocada em uma madeira de aproximadamente dez centímetros, que o colocava na impressora na mesma altura dos tipos.
A linotipo trabalhava com chumbo. Todo o texto vinha em barrinhas de chumbo. Cada barrinha era uma linha de texto. O chumbo era reaproveitado. Terminada a impressão, era colocada ao lado da linotipo, a máquina o derretia enquanto o linotipista digitava o texto. As linhas saiam prontas ao lado do linotipista, com as letras invertidas em cima do chumbo, novamente endurecido.
Já na tipografia a página era montada invertida, de cabeça para baixo. Fauth conta que se lia tudo ao contrário.
Certa vez Fauth foi ao Rio de Janeiro para adquirir uma máquina linotipo para impressão do NG, não sendo concretizado o negócio.
Continuaram levando a Porto Alegre para produção das matrizes em chumbo que pesavam uma enormidade. Por longos nove anos foi essa função, utilizando linha regular de ônibus. Automóvel nem pensar, afirmou Fauth.
Desde a primeira edição perguntavam: Será que dura...
A pergunta era pertinente diante de tantas dificuldades, lembra o fundador do NG. Conseguiram, o jornal completa 50 Anos...
Em mais um artigo sobre a história do NG, datado de 21 de outubro de 2005, Adonis Fauth se lembra dos elogios que o jornal recebeu em abril de 1966, de dois consagrados jornalistas da época – Amauri Braga, da Folha da Tarde e Luiz Osório, do Jornal O Dia, duas das principais publicações do Estado nos anos 60. Estavam se referindo à primeira edição extra do NG, logo após o baile de escolha da Rainha da Festa de Maio-66, da qual tinham participado.
“Brasa viva. Em Estrela há um semanário que é verdadeira Brasa Viva. Chama-se Nova Geração, bem escrito, bem atualizado e comandando a gente jovem do lugar: Com sugestões e críticas, tem colaborado realmente com o município”.
Adonis Fauth em artigo publicado no NG no dia 4 de novembro de 2005, destaca a dificuldade encontrada com a falta de mimeógrafo para imprimir o NG de número 15 em 1966.
A preocupação superada quando a Delegacia de Ensino do Estado e Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) colocaram seus mimeógrafos a disposição do NG.
Segundo Fauth, esse oferecimento imediato confirmou que os jovens do NG estavam com a bola cheia e com apoio da comunidade.
Adonis disse que desde os primeiros momentos foi instituído que o NG seria um jornal opinativo, na sua essência, não apenas noticioso. Estrela era um município onde todo mundo se conhecia. Além disso, o jornalismo da Rádio Alto Taquari era muito bom. Logo o NG precisava ser opinativo. Neste sentido foram valorizados os editoriais, peça considerada principal no NG, abaixo do cabeçalho.
Nem sempre havia assunto relevante para destaque no editorial. Por isso em outros momentos a equipe do NG preferiu transmitir mensagens introjetadas nas “Pílulas”, criadas por Paulo Rücker, uma ideia inovadora para o jornalismo da época, com notas curtas e bem variadas em seus enfoques, afirma Fauth.
Normélio Eckert fez considerações sobre sua trajetória no NG na edição de 18 de novembro de 2005. Integrou-se a equipe do jornal quatro meses após sua fundação em 1966, após retornar para Estrela para trabalhar no Banco do Brasil onde permaneceu por cinco anos. Saiu do jornal por motivos profissionais quando foi transferido para agência BB em Bom Jesus.
Na busca por notícias, na redação de textos, na dura missão de captação de patrocinadores, no contato com correspondentes do interior do município ou na execução de eventos, o NG foi um pedaço de nossa vida afirmou Eckert.
Disse que o fervo na redação do NG acontecia as às sextas-feiras quando havia reunião para completar os vácuos do jornal (Editorial, Bola Preta, Bola Branca, Pílulas e outros) visto que Adonis e outros voluntários já tinham coletado algumas informações. As vezes davam uma volta na cidade em busca de detalhes para fechar a edição.
Eckert lembra que Mário Miranda Ehlers postava-se a frente da máquina de escrever Lexington 80 e em poucos instantes saia o editorial.
A etapa seguinte era o mimeógrafo quando entrava em sena João Batista de Queiroz, que veio de Campina Grande na Paraíba, para trabalhar no Banco do Brasil de Estrela. O Xaxado como era conhecido fazia o trabalho juntamente com Adilson Fauth.
Assim que o NG foi rodado, eram formadas pilhas com cada uma das páginas, grampeadas os conjuntos, coladas as etiquetas com nome e endereço de cada assinante e, cada um da equipe abraçava os jornais de seu roteiro e iniciava a distribuição do NG nas ruas de seu bairro. Eu me dirigia ao Alto da Bronze, contou com orgulho.
Oswaldo Carlos Van Leeuwen diretor-presidente da Rede Vale de Comunicação, depois de muitos anos encontrou Adonis Fauth, um dos fundadores do Nova Geração na missa que comemorou os 40 anos do jornal em dezembro de 2015.
Lembrou que na década de 70 Adonis Fauth o procurou. Havia passado num concurso público e não queria ver o NG morrer. Propôs-se então em dar ao jornal as condições para que se mantivesse. Cumpri minha promessa lembrou Leeuwen ao entregar uma placa para Fauth.
Festa dos 40 Anos do NG:
Uma noite de beleza e emoção. Assim foi marcado o aniversário de 40 anos do jornal Nova Geração em dezembro de 2015. Sob os acordes da Orquestra de Concertos de Lajeado (OCLAJE), um público que lotou o Santuário Santo Antônio e acompanhou as homenagens aos fundadores e primeiros colaboradores do NG.
A história do jornal foi lembrada em pequenas intervenções, entre canções.
O presidente da Rede Vale de Comunicação, Oswaldo Carlos Van Leeuwen, disse na oportunidade ter cumprido a promessa feita a Adonis Fauth quando adquiriu o jornal. “Prometi que manteria o NG e hoje ele completa 40 anos.
Leeuwen agradeceu ao povo de Estrela pelo carinho e cumplicidade com o veículo e afirmou se empenhar para melhorá-lo cada vez mais e cumprindo sempre sua missão de informar com credibilidade. Antes da apresentação da Oclaje a Direção do NG recebeu autoridades, anunciantes e convidados na sede do jornal para um coquetel.
A Rede Vale do Comunicação manteve o jornal até 2015 quando o Nova geração foi adquirido por Carine Schwingel. Mas isso é nova história para o cinqüentão Nova Geração... Parabéns, saúde e felicidades...
Parabéns Carine Schwingel e Jean Hinterholz - A Revista está "ESPETACULAR"...
Parabéns Carine Schwingel e Jean Hinterholz - A Revista está "ESPETACULAR"...
Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Fonte: Documentos do Acervo do Memorial da Aepan-ONG
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