Biblioteca móvel em escola infantil de Estrela motiva o hábito da leitura
Clientela fiel: alunos de 2 a 6 anos já têm carteirinha de leitor e retiram livros de casinhas-itinerantes
Alice no País das Maravilhas, Branca de Neve ou fábula de animais marinhos, o tipo de livro que todo pequeno adora ouvir. Na Escola Infantil Pingo de Gente, em Estrela, a biblioteca móvel montada com a ajuda de pais e professores ganha vida com a empolgação dos baixinhos de 2 a 6 anos. Eles têm carteira de leitor e fazem empréstimos uma vez por semana. Levam as obras infantis para casa e atentam para as historias relatadas pelos pais. Em algumas vezes não é preciso ajuda dos adultos, há crianças de cinco anos embarcando no mundo das letras: lêem sozinhas.
Duas minicasas com rodas formam a biblioteca que tanta alegria dá às crianças. A diretora Adelaide Maria Caliari diz que o projeto surgiu há menos de um ano e a proposta originada pelos pais, os quais são participativos e gostam de envolver-se nas atividades da creche. “Fizemos um levantamento e percebemos que a escolinha possuía um acervo de 600 livros. Os pais então deram a idéia de montar a biblioteca.” Mas, como montá-la em estrutura com pouco espaço? Surgiu a idéia da biblioteca sobre rodas. O Círculo de Pais e Mestres bancou os custos dos móveis que percorre a escola. “Estamos felizes, conseguimos como resultado o comprometimento dos pais.”
Terça é dia de livro
A “clientela” da biblioteca possui regras e ritos. A direção elaborou carteiras de leitor e com elas faz empréstimos de livro uma vez na semana. Terça-feira é dia de troca: coloca-se um na prateleira e apanha-se outro. A Emei Pingo de Gente também confeccionou sacolas. Dentro dela os pequenos põem os livros, “para não misturar com o material de aula”, salienta a diretora. Aos pais em casa, cabe fazer a leitura e interagir com os filhos. “É raro alguém esquecer o livro, porque todos querem ter a chance de levar outro para ler em casa”, enfatiza Adelaide.
Efeito
O projeto iniciado em agosto de 2013 surte efeito. “A leitura não é obrigatória, eles aprendem por meio das brincadeiras e do lúdico”, expressa a professora Anélia Tereza Rockenbach, qualificada em curso de fonética para ajudar os pequenos a balbuciar o som das letras. Na escola há pequenos espelhos para que os alunos possam praticar o exercício da “boquinha”. Eles miram-se na imagem e soletram o som associando-o a leitura.
Dos 60 alunos, pelo menos quatro lêem sozinhos pequenas fábulas infantis. “O incentivo, a questão de levar o livro para casa, tudo isso gera um efeito maravilhoso”, ressalta a diretora Adelaide. Aos 5 anos, Matheus Silva soletra as palavras e lê pausadamente trechos de livro infantil. A atitude encarada como uma brincadeira para ele impressiona adultos pela precocidade com que adquire o hábito. “Eu adoro ler e também sei escrever história”, conta o garoto atento ao modo divertido de dar asas à imaginação.
Matéria e fotos: Andréia Rabaiolli
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