Em projeto de Estrela-RS, alunos usam funk para fazer análise crítica da sociedade


Em projeto de Estrela, alunos usam funk para fazer análise crítica da sociedade

Adolescentes entre 11 e 14 anos se encontram na escola fora do horário para conversas sobre violência, bulling e a batida contagiante do funk. Todos adoram, mas acreditam que as letras deveriam ser amenas. A iniciativa é da escola municipal Odilo Afonso Thomé, em Estrela.

A Escola Municipal de Educação Infantil Odilo Afonso Thomé, no Bairro Imigrante, em Estrela, iniciou um projeto que engaja alunos num debate cultural que vai além da sala de aula. Diferente da metodologia aplicada na sala, as conversas realizadas todas as segundas-feiras à tarde, dentro do Projeto Realidade, são uma forma de dar voz aos adolescentes. “Focar alunos em atividades prazerosas é também uma forma de levar resultados para a sala de aula”, explica a coordenadora Bruna Spiller Gutierres.

Na roda de conversa, os jovens analisam sobre atividades de que gostam: dança, teatro e música. Nesta área, o funk ganha a preferência disparada. O segredo é fazer com que os próprios alunos reflitam sobre as letras. “Eles desenvolvem habilidades se expressando verbalmente e artisticamente na busca da resolução de problemas. Debatem a realidade deles”, informa Bruna.

O funk cativa pela batida. Letras mostram a realidade sofrida das crianças no país. A identificação atrai, mas os palavrões chocam. “Funks são tri. Tem partes que eles começam a xingar, tá louco”, reflete Julia Oliveira (12), apreciadora do ritmo.

Dos palavrões do funk à violência da sociedade, o grupo amplia o debate sob o olhar da coordenadora. “Eles pediram para abordar a violência porque é uma realidade”, explica Bruna. Grande parte levantou a mão indicando ter sofrido bullling. “Agora a moda é não pedir perdão, tudo é agressão física”, destaca o aluno Wellington Ismael dos Santos (13) com perspicácia de gente grande.

Voluntários

A escola está em busca de professores voluntários para trabalhar dança com os alunos. O objetivo e torná-los hábeis no “gingado” proporcionado lazer e promovendo apresentações. “Queremos que o projeto vá além da escola”, informa Bruna. Mostrar as habilidades dos alunos ao bairro e a cidade promove a autoestima e reforça a idéia de que uma escola prazerosa multiplica o interesse de estudantes.

Conversa prazerosa

O projeto expõe uma realidade lúdica e interpretativa aos alunos que, na segunda-feira, abrem mão de ficar na frente da televisão para participar de um projeto que repercute dentro da instituição. Na sala de convivência, adolescentes aprendem a debater, utilizar argumentos e pensar sobre ações da sociedade. Nada é imposto, são eles mesmos que propõem o que querem discutir. Geralmente, é algo próximo a realidade deles, por isso o projeto se chama Realidade. Iniciado há algumas semanas, as aulas atraem 12 alunos, mas o objetivo é triplicar a capacidade com a ajuda de professores de música voluntários.

Matéria e foto: Assessoria de Comunicação
Legenda: A coordenadora Bruna Spiller Gutierres com alunos participantes do projeto

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