Obra do Centro Cultural de Estrela pode parar por falta de recursos
Notícia da Zero Hora - 7 de outubro de 2013
Construção do prédio projetado para ser referência para espetáculos no Vale do Taquari está orçada em R$ 5,3 milhões, mas prefeitura alega que não tem verga para finalizá-la
Vítima de uma sucessão de atrasos e mudanças no projeto inicial, feito há oito anos, a construção do Centro Cultural de Estrela pode paralisar. Com quase R$ 2,4 milhões em dinheiro público já investidos, o prédio que deveria ser uma referência para a cultura no Vale do Taquari agora sofre com a falta de recursos. A obra já está orçada em R$ 5,3 milhões — valor suficiente para pagar o projeto inicial mais de três vezes, com valores corrigidos pela inflação.
A prefeitura afirma que apenas deu continuidade à etapa iniciada pela gestão anterior, mas que não tem verba no caixa para finalizá-la. O projeto foi feito em 2005, orçado em R$ 960,4 mil, valor em torno de R$ 1,452 milhão hoje, corrigido pelo IPCA, o índice oficial de inflação. Porém, a obra só começou a sair do papel no final de 2009, após aprovação do Ministério da Cultura (MinC).
O prédio de 1,8 mil metros quadrados terá espaço para apresentações, com palco, urdimento, cenotécnico e sistema acústico, plateia com 600 lugares, camarins e depósito, além de espaço para cafeteria, foyer para exposições, sala administrativa e sanitários.
Segundo o vice-prefeito Valmor Griebeler, que também coordena a Central de Projetos do município, faltam cerca de R$ 500 mil para compra e instalação do sistema de climatização do prédio. Como esta parte da obra tem parceria com o MinC e já recebeu quase R$ 400 mil de recursos federais, Griebeler teme que a paralisação da obra afete outros setores:
— Se não concluirmos o que foi firmado com o governo, corremos o risco de sermos fiscalizados e ter as contas reprovadas, barrando outros recursos.
Prorrogada diversas vezes, a obra deveria ser entregue até o final do ano, o que pode não se concretizar. Para tentar contornar a situação, o vice-prefeito afirma que o município pediu ao MinC a retirada da climatização do plano de trabalho, mas ainda teve resposta.
Ex-prefeito garante que valor estava em caixa
O ex-prefeito Celso Brönstrup, que deu início à obra, garante que todo o valor necessário estava disponível.
— Quando encerrei meu mandato o dinheiro estava lá, até porque nem conseguiríamos fazer licitação se não tivesse — afirma Brönstrup.
Ainda conforme o ex-prefeito, a sua gestão havia estimado que faltaria captar mais R$ 1,2 milhão para finalizar a obra, incluindo poltronas, ar-condicionado, acústica, entre outros equipamentos. O valor é menos que a metade do que a atual administração estima.
Indagado sobre o aumento do valor total inicialmente previsto, Brönstrup confirma, embora acredite que não chege a tanto, e que isso é fruto de melhorias no projeto inicial, com a inclusão de mais lugares na plateia e outras funcionalidades, além dos atrasos que vão encarecendo o projeto.
— Fizemos tudo dentro da lei, tanto é que o Ministério (da Cultura) vinha aprovando todos nossos passos. O resto é conversa de hoje — disse o ex-prefeito.
Notícia da Zero Hora
7 de outubro de 2013
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