Estrela - Preocupados com a situação do Arroio Boa Vista, uma comissão resolveu se reunir, na manhã de ontem, no complexo da antiga AmBev para discutir sobre o que pode ser feito para amenizar ou terminar com o problema de poluição no local. Participaram do encontro a Associação Estrelense de Proteção ao Ambiente Natural (Aepan), a Secretaria do Meio Ambiente, Defesa Civil e moradores ribeirinhos.
Segundo o diretor da Aepan, Airton Engster dos Santos, o arroio atravessa uma crise. “Como somos uma organização não governamental, temos nossas limitações. Por isso, a ideia de unir forças para, assim, tentar desvendar o que está acontecendo no local.” O líder da ONG explica que será necessário fazer uma investigação para apurar os agentes poluidores. “Pode ser uma ou duas pessoas, como também pode ser uma ou duas empresas. Isso quem terá o papel de descobrir é a Secretaria do Meio Ambiente e a Defesa Civil.”
Dos Santos afirma que a situação está consolidada e que o problema já é visto a olho nu. “A temperatura da água está alta, o número de peixes caiu consideravelmente, e a concentração de algas aumenta a cada dia.” O diretor ambiental, Jorge Scherer, salienta que é preciso acabar com a poluição, e esse processo tem que acontecer o mais breve possível. “Estamos trabalhando com essa proposta da campanha Salve o Arroio Boa Vista buscando uma salvação para um futuro bem breve.”
Scherer ressalta que a reunião foi a primeira grande ação da campanha. “Esse é o nosso ponto de partida. Vamos trabalhar dentro da comunidade, nas escolas, nas redes sociais, queremos fazer uma grande mobilização dentro dessa ideia de transformar o Arroio Boa Vista”, diz o diretor ambiental.
Presentes em grande número, os moradores ribeirinhos falam da preocupação com o local que servia como ponto de encontro para as famílias. “É triste demais ver o arroio desse jeito. Um local com vida em abundância se transformar em um depósito de algas”, diz Fernanda Ruschel. “O Arroio Boa Vista sempre foi um lugar bastante visitado. Há três anos passávamos a virada de ano lá. É lamentável”, afirma Arnaldo Lohmann.
O secretário do Meio Ambiente, Hilário Eidelwein, diz que participou da reunião para ouvir os moradores, mas afirma que já conhecia o problema. “O calor excessivo e a falta de chuva causam excesso de matéria orgânica e proliferação de algas que, por sua vez, geram falta de oxigenação na água”, explica. Eidelwein diz que o assunto foi encaminhado à Fepam. “Nós tomamos todas as medidas necessárias, sabemos de onde saem os despejos, e agora a empresa responsável irá apresentar o seu projeto à ONG e aos moradores. A nossa secretaria está intermediando esses esclarecimentos. Mas vale salientar que o órgão fiscalizador da Fepam aqui na região é o Grupo de Policiamento Ambiental (GPA) que garante estar tudo certo até o momento.”
Carolina Gasparotto
carolinag@informativo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário