Gestão e humanismo são foco do governo de Rafael Mallmann
Filho de prefeito, próximo chefe do Executivo levou 12 anos para atingir seu objetivo. Carismático, destaca a importância também do planejamento
Publicado em 10/10/2012
Estrela - Advogado, especialista em gestão pública, Carlos Rafael Mallmann (40), ou simplesmente Rafael Mallmann, é o prefeito eleito. Seguindo os passos do pai, Gabriel, ele edificou a vitória nas urnas ao longo de mais de uma década de tentativa. A eleição de domingo foi a quarta no currículo do estrelense. Nas ruas, praças e até no pórtico de entrada da cidade, não há quem não queria posar ao lado do novo prefeito ou não queira um simples aceno do tímido político. Apaixonado pelo povo, ele aguarda o 1º de janeiro de 2013 fazendo o que mais gosta: caminhando, conversando e ouvindo. Essa deve ser a tônica do governo Mallmann/Griebeler, estabelecer diálogo com a sociedade.
Mallmann diz que não considera como derrotas as outras disputas. Durante a caminhada, que começou em 2000, três foram as vezes em que ele tentou chegar à prefeitura, mas nada o fez desistir do objetivo. “É mais do que um sonho, é um propósito que a gente traçou para a vida.” Ser político, nas palavras do prefeito eleito, é gostar de gente. É gostar de ser desafiado a cada instante. Com todos os momentos menos festejados antes da vitória de domingo, Mallmann revela que aprendeu e cresceu. E que toda a trajetória foi importante para o sucesso nas urnas.
Do alto de seu 1,88 metro de altura e do jeito “magrão” de ser, o prefeito eleito de Estrela contabiliza dois quilos a menos na balança em decorrência da campanha. O marcador de peso mostra, hoje, 72 quilos e uma bagagem que não é possível mensurar em quilos ou toneladas. “Cada eleição foi um momento de amadurecimento, de descobrir onde errei. Existiram derrotas eleitorais, nunca políticas.” O prefeito eleito explica que cada pleito o fez melhor. O resultado disso é multiplicado por 11.279 vezes e mais da metade dos eleitores da cidade natal dele confirmando o voto na urna eletrônica.
A transição
Ainda em visita a emissoras de rádio, a eleitores, apoiadores e amigos, o novo poder de Estrela projeta a entrada na prefeitura. Mallmann diz que a partir da segunda quinzena de outubro deve procurar o prefeito Celso Brönstrup para dar início ao período de transição do governo. “É aí que vamos começar a organizar a equipe que vai trabalhar conosco e planificar nossos projetos.”
A gestão Mallmann/Griebeler não vai contratar apadrinhados políticos para os cargos de chefia direta. Os novos secretários serão especialistas no assunto que representam. “Os únicos cargos certos são de prefeito e vice”, brinca Valmor Griebeler. A ideia é construir uma rede colaborativa para modernizar a gestão e implantar indicadores de desempenho dentro das secretarias. “Tudo terá um planejamento estratégico e, para isso, vamos usar as ferramentas de gestão como programas de computador para interligar a administração e para que o prefeito saiba o que está acontecendo.”
Terra de amizade
Filho de Estrela, Rafael Mallmann teve oportunidade de trocar a “Princesa do Vale” pela Porto Alegre de todos os gaúchos. Antes de ingressar na política, na década de 1990, ele experimentou os ares da capital. Mas não troca a água do Taquari pela do Guaíba. “O que me apaixona em Estrela é poder caminhar pelas ruas, falar com os amigos e manter esse círculo de amizade.” Quando lê o nome da cidade, ou quando escuta alguém falando de Estrela, as lembranças ternas de amigos e de uma infância e adolescência bem vivida vêm à tona. “O coração até bate mais forte.”
A amizade é um subproduto da cultura alemã, predominante na cidade que festeja o chucrute no mês de maio. Quando fala da terra natal, Mallmann suspira. O olho brilha, e a garganta denuncia. “Nós vamos fazer Estrela crescer de forma ordenada. Hoje não existe infraestrutura para receber tantos empreendimentos, e precisamos também valorizar o talento local.”
Para “arrumar a casa”, Mallmann conta com a força do vice Valmor Griebeler. O vice do prefeito eleito é lutador de artes marciais. Durante 30 anos, ele lutou caratê e espera dar um “ippon” (golpe perfeito) para alavancar o esporte amador. “Estrela tem um potencial enorme nesse área, e a gente precisa de uma linha de investimento maior.”
Quatorze votos
Os 14 votos que faltaram na eleição de 2008 para se eleger ficaram apenas nos registros digitais do Cartório Eleitoral de Estrela e nas páginas dos jornais. Mallmann não guarda mágoa, não vê o polo negativo e não fala muito no assunto. “Foi mais um momento. Foi, na época, uma grande vitória política. O candidato adversário vinha para a reeleição, com a máquina pública ao lado”, conta.
Quatro anos depois, ele olha o cenário desenhado na época e avalia. “Depois de tudo, a gente sentou e fez um plano de ação para saber o que não deu certo.” De acordo com ele, Estrela quer gestores que pensem no comunitário, que percebam a administração pública como um processo participativo aberto às transformações que um mix de culturas de uma cidade proporciona. “O povo de Estrela quer isso. Pensa na comunidade, e essa característica vinha se perdendo.”
Rodrigo Nascimento
Jornal - O Informativo do Vale
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