Dialeto nas colônias da Grande Estrela
Na vasta região de Estrela, que compreendia além do atual território, mais Lajeado, Teutônia, Roca Sales, Imigrante e Colinas, além de localidades menores, a maioria dos moradores, alemães e seus descendentes, conseguiam se comunicar em português, alguns de forma clara, outros com forte sotaque alemão.
Entre os membros das colônias a maioria usava o alemão ou em algumas poucas famílias o alto-alemão (hochdeutsch).
Os mais difundidos, segundo professor Arno Sommer, eram os dialetos hunsrücker, trazidos da Rhenânia e o westfaliano conhecido também como sapato de pau.
Picadas como: Boa Vista, Germano, Catarina, Capivara, Canabarro, Geraldo, Franck a população falava o dialeto hunsrücker.
Já nas picadas: Schmidt, Host, Clara, Morro Becker, Berlim e parte da Franck o dialeto mais difundido era o sapato de pau.
Ambos dialetos foram sendo entremeados com vocábulos portugueses, adaptado a fala dos colonos.
O dialeto hunsrücker foi mesclado com palavras portuguesas em número bem maior do que o sapato de pau.
O professor Erich Fausel (A mistura Lingüística Teuto-Brasileira) aponta milhares de palavras que foram mescladas e como se originou este fenômeno.
O hunsrücker é um dialeto mais simples, e somente nas comunidades westfalianas não se difundiu de forma absoluta como nas outras colônias, pois se trata de um dialeto tosco, mais fácil do que alto-alemão, por exemplo.
O predomínio do dialeto hunsrücker em Estrela se deve ao fato de um grande contingente de colonos oriundos da Rhenânia, em maior número do que outras regiões da Alemanha.
O dialeto hunsrücker tem variações de região para região, inclusive entre as picadas de Estrela e Teutônia havia diferença na fala.
Texto: Airton Engster dos Santos
Fonte: Documentos Acervo Memorial Aepan-ONG
Imagem: Aepan-ONG
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