Estrela - Rio Grande do Sul - Dia da Reforma


Martin Luther
O Interprete do Evangelho

Em 31 de outubro de 1517, iniciou o movimento que tinha por objetivo uma Reforma na Igreja Cristã.

Martin Luther nasceu num ambiente humilde, a 10 de novembro de 1483, na vila de Eisleben, na Alemanha. Seu pai, Hans Luther, casado com Margarethe Ziegler, trabalhava como mineiro para sustentar uma família de sete filhos na qual Martin era o segundo.

Aos 14 anos, Martin Luther deixou a casa paterna para cursar a escola de Latim, em Magdeburg, e no ano seguinte em Eisenach. Martin Luther gostava muito de Eisenach onde também aprendeu música.

Terminando o curso de humanidades, em 1501, Martin Luther matriculou-se na Universidade de Erfurt onde devia primeiro cursar Filosofia e depois Direito. Era muito respeitado pelos colegas, pela dedicação, tanto à oração como o estudo.

Aos 20 anos de idade o estudante Martin encontrou na biblioteca da Universidade uma Bíblia latina que logo atraiu seu interesse. Quanto mais aprofundava na leitura, tanto mais perguntas lhe surgiam.

Obtendo grau de Magister em Filosofia, continuou estudando Direito.

Porém uma série de acontecimentos mudou o rumo de sua vida, e, em 17 de julho de 1505 entrou na Ordem Mendicante dos Monges Agostinhos, em Erfurt, quando foi aceito como Irmão Martinus. Recebeu ordenação de sacerdote em 27 de fevereiro de 1507.

Martin Luther vivia no convento, inquieto por uma pergunta: Como obter misericórdia e a graça de Deus? A Igreja afirmava que era através das boas obras. Mas quanto cada um deveria cumprir para estar certo da salvação?

Em fins de 1508, Martin Luther transferiu-se para o Convento Negro dos Agostinhos quando foi também indicado como professor na Universidade de Wittenberg.

Em 1510 Martin Luther realizou um sonho antigo: Ver Roma, a Cidade Santa. De joelhos subiu os 28 degraus da escada de Pilatos. Rezou uma missa numa das igrejas de Roma. Ficou decepcionado com tudo que viu e ouviu em Roma.

Martin Luther voltou a Wittenberg, no ano de 1511, contrariado com a situação de Roma.

Em 1512 foi promovido a Doutor em Teologia.

Enfim, por volta de 1512/13, durante o estudo da epístola aos Romanos, a luz rompeu definitivamente as trevas, quando subitamente se evidenciou o verdadeiro sentido do versículo Romanos 1,17: “O justo viverá por fé, e pela fé” (sola fide). Compreendeu aí que o homem não pode conseguir por méritos próprios a justiça perante Deus e uma consciência tranqüila: mas que Deus por graça (e de graça), considera como justificado aquele que Lhe confia, e crê na Sua misericórdia em Jesus Cristo (justus sola fide – sola gratia). Pois a justificação só pela fé e só pela graça de Deus se tornou a chave e base para toda doutrina cristã.

Quando Martin Luther pregou a porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, o pergaminho com as 95 teses, ele não fez com a pretensão de desencadear um grande movimento na história da Igreja. Ele apenas não concordava com a venda do perdão de Deus, como se fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência. As teses escritas em latim eram para suscitar uma discussão entre os acadêmicos sobre a legitimidade de tais negócios. Aquilo que Deus oferece de graça era comercializado pela igreja. Havia abusos inacreditáveis. A discussão sobre as 95 teses deveria trazer conclusão clara e reabilitação da Igreja.

Em 1518, Roma tratou de liquidar o caso do monge de Wittenberg. Luther foi chamado para responder processo em Roma. Mas por interferência de Frederico o Sábio, Príncipe da Saxônia, a questão foi tratada em Augsburg pelo Cardeal Caetano. Este exigia apenas que Luther declarasse: Revogo tudo. Naturalmente nada conseguiu.

Martin Luther sobre pressão escreveu uma carta ao Papa, declarando sua fiel submissão; mas reafirmando também sua doutrina da justificação só pela fé, sem méritos de obras.
Mais tarde, com a afirmação de que os concílios podem errar nas suas decisões, Martin Luther sem se dar conta praticamente se colocava fora da Igreja do Papa, fundamentada sobre a infalibilidade do Papa e dos Concílios.

Em 1520 Martin Luther escreveu três livros fundamentais da sua doutrina. 1- “A Sua Majestade Imperial e a nobreza cristã, sobre a renovação da vida cristã”; 2- “Sobre a escravidão babilônica da Igreja” trata dos santos Sacramentos: Batismo, Santa Ceia e Penitência; 3- “Da liberdade de um cristão”, Fé e amor são para Luther, as colunas da salvação.

A resposta do Papa a estas exposições foi a Bula da Excomunhão, se Luther em 60 dias não revogasse o que havia escrito e ensinado. A bula mandava que os Livros de Martin Luther fossem queimados.

Em abril de 1521 Luther compareceu diante do Imperador, no parlamento, em Worms.

Em Wartburg traduziu o Novo Testamento do grego para o alemão. Impresso em Wittenberg em setembro de 1522 recebeu o nome de Bíblia de Setembro (Septemberbibel).

Em 1525 Martin Luther casou-se com Catharina Von Bora e tiveram seis filhos: Hans, Elisabeth, Magdalene, Martin, Paul e Margarethe.

O Movimento da Reforma espalhou-se pela Europa. Em 1530 os líderes protestantes escreveram a "Confissão de Augsburgo", resumindo os elementos doutrinários fundamentais do luteranismo.

Traduziu o Antigo Testamento em 1534.

Em 1546, no dia 18 de fevereiro, aos 62 anos, Martin Luther faleceu. Finalmente, em 1555, o Imperador reconheceu que havia duas diferentes confissões na Alemanha: a Católica e a Luterana.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Referência: Livro “Martin Luther – O Intérprete do Evangelho” e Livro “História Moderna e Contemporânea”, ambos documentos do Acervo do Memorial da Aepan-ONG.

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