Estrela-RS - Milho, motor da pequena propriedade


Milho, motor da pequena propriedade rural:
Por Airton Engster dos Santos

O crescimento da pobreza nas cidades faz com que o homem do campo repense a questão do êxodo rural. O produtor tem enormes dificuldades em competir no mercado de trabalho já estrangulado das cidades, onde a especialização é a principal exigência.

O pequeno proprietário rural se vê obrigado a ficar no campo e tirar da terra seu sustento. Mesmo gerando pequenos rendimentos, a grande maioria das propriedades é economicamente viável. Nenhuma outra atividade econômica sobreviveria com tão modesta rentabilidade, mas plantar não é só fonte de lucro, é questão de sobrevivência.

Em Estrela existem em torno de mil propriedades rurais com finalidade econômica. O Censo Agropecuário realizado em 2007 deverá apontar o número exato de propriedades e a função econômica de cada uma delas.

A produção oriunda da agricultura familiar no município é variada, mas estima-se que a maioria dos agricultores plantam milho para garantir a sustentação e o manejo da propriedade. Plantando milho, eles têm a ração que alimenta o porco que vira carne, a galinha que dá ovo e a vaca de onde vem o leite.

O cereal é utilizado também em forma de silagem. Mas as pequenas propriedades também produzem uma variedade de frutas e verduras, aipim, batata-doce, batata inglesa, cana de açúcar, além da soja, e do feijão.

Dentre os cereais cultivados no Brasil, o milho é o mais expressivo, com cerca de 40,8 milhões de toneladas de grãos produzidos, em uma área de aproximadamente 12,55 milhões de hectares (CONAB, 2006). No Rio Grande do Sul, segundo levantamento do IBGE, foram colhidos 4.5 milhões de toneladas e no município de Estrela 5.560 mil toneladas. Desde 1990 o ano com menor produção de milho em Estrela, foi em 2005 e com maior produção em 1992. Os melhores períodos consecutivos foram de 1992 a 1995 e 2001 a 2004.

Em Estrela, a pequena propriedade rural é maioria. Conforme avaliação de pequenos produtores, que além de plantar para o consumo próprio também vendem frutas, verduras, leite e derivados, ovos, mel, peixe, na Feira do Produtor, a pequena propriedade rural é um recurso de sobrevivência. Os produtores rurais de Estrela, ainda vêem com bons olhos a vida no campo: É melhor que na da cidade, onde a gente já começa a pagar desde o momento que chega. No interior, não pagamos aluguel, podemos criar nossos próprios animais, produzir para o consumo próprio. Isto nunca vamos encontrar na cidade, destacam. O lucro do que a gente consegue vender na feira é pequeno, mas não tem outro jeito.

Além das burocracias quando precisam de dinheiro, também em muitas safras enfrentam os problemas da estiagem.

A aposta na propriedade não enriquece ninguém, mas possibilita uma vida com dignidade. Na verdade estão obtendo melhores resultados aqueles que conseguem agregar valor à sua produção, como a agricultura ecológica ou a agroindústria caseira, evitando o envolvimento de terceiros na comercialização.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Ambientalista – Aepan-ONG
Fonte de dados: IBGE, Embrapa e Conab.
Publicado no Jornal Folha de Estrela.

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