Estrela-RS - História do abastecimento de água


História do abastecimento d’água em Estrela

A Corsan assumiu o abastecimento de água em Estrela no fim da década de 60, mas essa história teve início no século IXX.

Na fundação da Colônia, os estrelenses tinham no Rio Taquari e arroios como seus principais mananciais.

Aos poucos, com o aumento da população e a ocupação de áreas mais distantes do Rio Taquari e dos arroios, cresceu a necessidade de abastecimento de água na Vila e interior. Foram incentivados no início do século XX os poços residenciais e captação fluvial em cisternas. Mais tarde surgiram os poços artesianos.

Em 1888 existiam na zona urbana da Vila Estrela, 90 edificações com 400 moradores que se abasteciam principalmente com águas dos arroios ou Rio Taquari.

A Lei número 19, de 12 de janeiro de 1897, promulgada pelo presidente do RS, Júlio de Castilhos, estabelecia que são de competência cumulativa do Estado e dos municípios, serviços tais como: A higiene pública e o abastecimento de água a população e esgotos de cidades e vilas. Ao município cabia tudo sobre a higiene local. Ao Estado, o abastecimento de água e esgotos, examinar os projetos respectivos, aprová-los quando de acordo com a higiene. Na verdade o Estado pouco ou nada fez nesta área até a segunda metade dos anos 60.

Em 1901 a Vila de Estrela contava com 146 prédios na zona urbana sem água encanada. A população do município nesta época era de 16.442 habitantes, prevalecendo abastecimento de água através de poços domésticos e águas pluviais recolhidas em cisternas.

Somente em 21 de julho de 1925 ficam ultimados os serviços de abertura do poço artesiano com 207 metros de propriedade do cidadão Luís Inácio Müssnich, empresário de Estrela, que produziu água abundantemente.

Em 1928 iniciou-se a perfuração de mais um poço artesiano para suprir a Vila de água potável. O intendente/prefeito Augusto Frederico Markus (1928 – 1934), investiu na rede de distribuição de água.

Em 1935 é inaugurado mais um poço artesiano e uma caixa d’água com capacidade de 2 mil litros. Em 1941 constrói-se um novo reservatório para o poço artesiano com uma caixa d’água de concreto armado com capacidade para 50 mil litros em substituição a caixa de ferro de 2 mil litros.

Na administração do prefeito Oscar Leopoldo Casper (1947-1951) foi adquirido um novo compressor, ao mesmo tempo que, uma segunda rede de recalque era construída. É colocado em funcionamento o poço artesiano adquirido da viúva Luis Müssnich.

Os próximos administradores continuaram investindo na captação de água através de poços artesianos e na sua distribuição a população. O prefeito Aloysio Valentin Schwertner (1956-1959) não aceitava a idéia de captação, tratamento e distribuição de água a partir do Rio Taquari.

Na administração do prefeito Bertholdo Gausmann (1960-1963), no ano de 1962, novo poço artesiano é aberto pela municipalidade, desta vez para abastecimento do bairro Boa União e altos do Oriental ligados a um reservatório de 100 mil litros.

Em 1964 o serviço de abastecimento de água e esgoto até então a cargo da municipalidade, passa para esfera estadual através da Secretaria de Obras Públicas. O contrato de concessão para Corsan foi firmado em 1970 e permite apenas a exploração dos serviços de abastecimento de água. Expirando em 20 de maio de 2010. Muito embora a estatal tenha assumido a distribuição de água, o município de Estrela continuou investindo alto no setor. Só no distrito de Teutônia, foram aplicados 200 mil cruzeiros entre 1969-1973 na segunda administração de Bertholdo Gaussmann.

Um convênio entre a Corsan e município propiciou ainda em 1973 a instalação de 17 mil metros de rede de água e a construção de uma caixa d’água junto a bairro dos Estados.

Na administração de Hélio Musskopf (1977-1982) foram perfurados poços artesianos e instaladas no interior do município algo em torno de 200 mil metros de rede de água. Novos investimentos aconteceram na administração de Gabriel Aloísio Mallmann (1983-1988) principalmente nos distritos.

Entre 1989-2000, nas administrações dos prefeitos Leonildo José Mariani e Ghuinter Wagner, o municio teve participação efetiva na extensão de novas redes de água no interior além da perfuração de poços artesianos em convênio com o Estado. Em 12 anos de Mariani e Ghinter à frente do Executivo Municipal foram estendidos 210 mil metros de novas redes de água no interior, sendo que, desta forma, 98% da população rural contava com abastecimento de água através de rede hidráulica.

Sociedade de águas no interior:
Nos dias atuais as propriedades rurais são abastecidas através das sociedades de água que são responsáveis pelo abastecimento. Os associados contribuem para aquisição de equipamentos, manutenção do poço e distribuição de água. São entidades legalmente constituídas.

Corsan atende população urbana de Estrela:
Hoje a população de Estrela é abastecida através de 15 poços artesianos em operação que produzem 5.500 m³ de água/dia que são perfurados a uma profundidade média de 150 metros. Possui na zona urbana cinco reservatórios localizados nos bairro Boa União, Cohab II, Auxiliadora e dois no bairro dos Estados. Conforme o Censo do IBGE eram abastecidos com água, 8.158 domicílios no ano 2000. O Censo 2007 apurou 9.479 domicílios, sendo 1.001 rurais. A população de Estrela em 2007 era de 29.153 habitantes.
Quem é a Corsan?
A Corsan – Companhia Riograndense de Saneamento, com sede na Rua Caldas Junior, 120, 18° andar em Porto Alegre, é responsável pelo fornecimento de água para o consumo humano em 343 municípios do Rio Grande do Sul, abastecendo 7 milhões de habitantes. A Corsan é uma empresa de economia mista e de capital aberto, que tem o Estado como principal acionista e como responsável legal o Diretor-Presidente, Mário Freitas.

Em Estrela a Corsan está localizada na Rua Coronel Mussnich, 701, sala 01, fone 3712-1479. Tem na gerência o Senhor Gilmar Francisco da Silva e possui 12 funcionários.

Controle de Qualidade da Água:
A qualidade da água distribuída é controlada de acordo com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde, através de análise físico-químicas e microbiológicas realizadas em amostras coletadas no manancial, na reservação e na rede de distribuição. Essas análises são realizadas na ETA – Estação de Tratamento de Água, complementadas pelo Laboratório Central de Águas em Porto Alegre, reconhecido pela Rede Metrológica do Rio Grande do Sul e acreditado pelo INMETRO de acordo com a ISO-17.025.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Referência: Informes da Prefeitura de Estrela (1926, 1951, 1955, 1973, 1977, 1986, 1992, 1999), IBGE e Corsan. Documentos do acervo da Aepan-ONG.

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