Biocombustíveis testados em Estrela-RS


Empresa foi centro de pesquisa nos anos 80

A empresa Farol S/A, localizada próxima ao Porto de Estrela (complexo hoje desativado), possuía entre seu corpo técnico um conjunto de profissionais, técnicos e engenheiros, altamente gabaritados, que passaram a desenvolver uma série de atividades inerentes a produção de farelo, farinha, lecitina e óleo de soja degomado. Também ração animal. A Farol S/A tinha capacidade para processar em torno de 2.000 T de soja/dia. A empresa funcionou de 1978 a 1990, vindo a fechar em função da política para a “Trading Interbrás” no governo do Presidente Fernando Collor, mas isso é uma outra história.

Na empresa, além da produção de derivados de soja, foi efetivado experiências de grande, média e pequena complexidade com outros tipos de sementes, como uva, colza, milho, arroz e linhaça em maior escala. As experiências se davam em escala industrial ou laboratorial tendo como grande incentivador o eng.° Cláudio Lang, Diretor de Produção, coordenadas ou acompanhadas pela eng.ª química Mariza Casagrande Bronstrup, eng.° Ricardo Alves de Moraes, eng.° Juarez da Silva, Sr. Grimolvã da Silva Fortes, Sr. Er Gomes de Campos, Sr. Querino Schutz entre outros profissionais. Na verdade além de empresa processadora de oleaginosas a Farol foi um grande centro de pesquisas, graças à capacidade profissional e intelectual de seus profissionais. Somente no Laboratório físico/químico foram efetivadas 1.586 pesquisas ou experiências com sementes, óleos, água, carvão mineral, solventes, combustíveis, alimentos entre outros, além de todo controle de qualidade de rotina da fábrica e produtos comercializados. O Laboratório trabalhava 24 horas do dia com uma equipe de aproximadamente 15 pessoas. Todos resultados das experiências realizadas foram catalogados em livros próprios.

Através dos conhecimentos da equipe, foi testada naquela época a utilização de óleo vegetal como biocombustível, alternativo aos derivados de petróleo. Os testes foram feitos em uma carregadeira, sendo seus resultados considerados satisfatórios.

Nos anos oitenta o trato com as questões ambientais ainda eram tímidas, porém na Farol S/A, muitos cuidados eram tomados, como por exemplo: Os fumos da chaminé eram controlados pela equipe do laboratório da empresa, que observava a queima dos combustíveis através da cor da fuligem, inclusive o nível de CO2 emitido para atmosfera era medido regularmente.

Também foi implantada uma Estação de Tratamento de Efluentes, onde era tratada a água utilizada na indústria, antes de ser devolvida ao Arroio Boa Vista, recurso hídrico de onde também era captada.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos
Arquivo Primário Memorial Aepan-ONG

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